Estava cansado e a ficar para trás quando
sentiu aquele impulso.
Sabia do atalho que lhe pouparia um km, só
teria de ter cuidado para que não o vissem e para não aparecer muito à frente.
A meio, já estaria bem. Assim não chegava em último e não levantaria suspeitas.
Hesitou, quase parou, mas ganhou o diabinho em
vez do anjo que lhe soprava haver maior mérito em ser honradamente o último.
Enfiou-se pelo atalho.
Ia reconhecendo as pedras e as árvores mais
velhas. O coração aos pulos. Parecia que ouvia o sangue que lhe corria nas
veias. Alguns ramos inesperados arranharam-lhe a cara, assim como as silvas as
pernas. Tropeçou numa pedra, quase caiu. Ergueu-se, mas não conseguiu evitar
logo a seguir um arbusto escondido e estatelou-se no chão.
Sangrava-lhe o joelho. Quando se tentou pôr de
pé, uma dor lancinante quase o fez baixar-se de novo. A custo ergueu-se. Devia
ter feito uma entorse. Não conseguia apoiar o pé direito no chão. Procurou em
redor e teve a sorte de encontrar um ramo mais comprido e grosso que usou para
se apoiar como numa bengala para passos curtos. Ainda estava longe, mas tinha
de seguir em frente. Ali ninguém o viria procurar e que vergonha se o
encontrassem. Não iriam acreditar se dissesse que se tinha perdido. Queria
chorar. Pensou, fui castigado. Continuou com os passos coxos a aproximar-se do
ponto do trilho da corrida. Quando pensava que talvez conseguisse chegar à
pista sem levantar suspeitas ouviu uma voz conhecida:
- Bruno que fazes aqui?
Era o Miguel, seu irmão mais velho. Seguia bem
adiantado à frente, devia ter voltado atrás à sua procura.
Trocaram um olhar e ele percebeu.
- Apoia-te a mim. Não contaremos a ninguém.
Nunca mais faria batota
nem esqueceria o apoio do irmão.
Fazia batota nas corridas no Colégio (Educação Física).
ResponderEliminarE o professor descobria sempre e obrigava-me a correr o dobro dos outros :)))
Beijinho, boa semana
Então não era bem batota porque era muito visível :)
Eliminarum beijinho, obrigada e uma boa semana também
Só fiz batota uma vez tinha seis anos. Minha mãe mandou-me à loja comprar feijão verde e deu-me um escudo assim. Uma moeda de 50 cêntimos, 2 de 20 e uma de 10. Eu perdi a de 50 cêntimos e cheguei a casa com pouquíssimo feijão. A minha mãe perguntou duas ou três vezes porque só trazia aquela quantidade e eu com medo disse que era o que a mulher me tinha dado. Deste o dinheiro todo à ti Urbana? Dei sim senhora. A minha mãe, pegou-me por um braço e com o feijão na mão foi à loja. Claro a mulher disse-lhe que eu só lhe tinha dado 50 cêntimos em moedas. As duas começaram a perguntar o que tinha feito ao resto do dinheiro. Acabei por confessar que o tinha perdido. E levei uma sova, porque tinha mentido, e tinha feito a minha mãe envergonhar-se perante a dona da loja. Ficou-me de emenda.
ResponderEliminarAbraço e uma boa semana
Tão pequenina, acho que com essa idade não conta ainda
Eliminarum abraço, obrigada e uma boa semana também
Olá:- A batota nunca leva ao rumo certo.
ResponderEliminar.
Feliz inicio de semana
Proteja-se
Sobretudo quando corre mal :)
Eliminarobrigada, feliz início da semana também
e um beijinho
Gostei. A batota por vezes leva-nos longe, quero acreditar que essa não é a norma, mas termos um irmão que nos ampare quando tentados erramos, isso é o mais importante.
ResponderEliminarObrigada :)
EliminarBom ter um irmão assim!
ResponderEliminar:)
Não vou continuar a corrida Gaby...
20 semanas para mim foram suficientes.
Talvez para o próximo!
Avisas-me?
Que pena!
EliminarClaro que aviso, sim, desde que esteja por aqui e saiba, vou logo a correr avisar-te para ver se no próximo participamos de novo as duas
um beijinho
Gostei muito de ler... Além de muito criativo, é um conto edificante...
ResponderEliminarQuem nunca na vida fez uma batotazinha? Assim aprendeu que não compensa...
Boa semana, Gabi. Cuide-se bem...
Beijinho
~~~~
Obrigada Majo Dutra :)
Eliminaruma boa semana também
e um beijinho
OLÁ GÁBI
ResponderEliminarnão sou de fazer batota...
e se fiz em criança já me esqueci...
admiro a memória de muitas pessoas que se lembram de quando tinham 5 ou 6 anos
eu não...
Parabéns pela imaginação para o conto.
hoje como Kalinka venho dizer que fiz um post novo,
no blogue
ORIENTE VERSUS OCIDENTE
onde vou mostrando as minhas viagens
e momentos belos que fui vivendo pelo Oriente!
Onde - dizem - tudo isto começou...
é triste, muito triste mesmo, ver como está o Mundo
com tantas mortes.
Boa semana, beijo
Obrigada :) vou ver se a seguir, passo por aí
Eliminarum beijinho e uma boa semana também
Que inspirada...não só escreve como ainda proporciona histórias com moral =D
ResponderEliminarGostei tanto...e li tudo, sem batota xD
:) obrigada Nada :)
Eliminarum beijinho
Fazer batota é feio. Mas pior é ser apanhado por tê-la feito.
ResponderEliminarApreciei a tua história mas precisavas mesmo de lhe esfolares um joelho e lhe teres provocado uma entorse? Imagino que se o atalho fosse mais longo o infeliz quebraria um braço e arranjaria um galo na testa ao bater com a cabeça num ramo de árvore, baixo!
Beijinho (com sorrisos) e 1 abraço ao P.
:))) fizeste-me rir :) eu não fiz nada, o Bruno é que estava sem sorte!
Eliminarum beijinho e um abraço do P.