Havia
algo que queria fazer ou dizer…seria algo importante?…não se lembrava do que
era.
Pesava-lhe
a cabeça, sentia as ideias lentas e confusas. mal-estar e náuseas, talvez se se deitasse, devia ir deitar-se…
…não
sentia força ou vontade para se levantar…mais fácil deixar-se ficar onde estava…
Deslizou
no sofá onde se sentara e enquanto se permitia afundar, pareceu-lhe ver as
pernas de Ema no chão.
Que
estranho…não fazia sentido.
Forçou-se
a abrir os olhos, pesavam-lhe as pálpebras e apesar de meio cerradas, viu-lhe
os pés, irregulares, só um enfiado no chinelo, mantido por este direito, e o
outro, de lado, posição esquisita, será que não lhe doía? E estava demasiado
perto da lareira. Pensou chamá-la, “Ema”.
Não
o fez. Precisava de dormir por uns segundos, só um segundo, um segund…
CRASH, em mil fragmentos se partiu o
vidro da janela em frente, ouviu-o, sentiu-os a virem contra si, ou seria antes
o ar gelado que dolorosamente o despertou.
O que é que partiu o vidro? Quem o
partiu?
Ganhou consciência da atmosfera quente
e pesada em que antes se encontrava, doía-lhe a cabeça, lembrou-se da Ema. Já
não lhe via as pernas ou pés no sítio onde antes estavam. Um bombeiro equipado
veio ter com ele, outro amparava a Ema. Ouviu-os: “temos de sair”.
Mais uns segundos, se não tivessem
partido o vidro, não teria voltado a acordar.
Os aquecimentos por vezes são tão traiçoeiros e quando dão por isso já eram.
ResponderEliminarNão uso qualquer aquecimento, nem nunca deixo o telemóvel e o tablet a carregar durante a noite ou até quando saio porque a qualquer instante poderá haver um tremendo imprevisto.
Gostei porque esta história, pelo menos para mim, um grande alerta.
Beijos