Um homem está a cortar a barba. De repente, corta-se.
Deixa cair a lâmina e vocifera contra o acto e
contra si mesmo. Gotas de sangue pingam para o lavatório e para o chão. Lava a
ferida e arde-lhe. Não encontra um penso ou desinfetante, limita-se a comprimir
o local até que pare de sangrar.
Ao redor ficou com uma barba ruiva. Está já atrasado
para o trabalho. Engole um café e sai. Esquece-se do telemóvel, e na saída
enervado com o sucedido esbarra no móvel da entrada – há anos que se irrita com
a sua localização. Não apanha os bibelots e rendas lá colocados pela Sandra.
Esta acorda sobressaltada com o barulho. Chama por
ele, que já saiu e não a pode ouvir.
Levanta-se e vai até à entrada de onde veio o
barulho. Dá com o aparador caído, um dos bibelots (o que trouxeram da viagem a
Barcelos) partido. Não se ouve nada. A casa é pequena, o silêncio diz-lhe que
está sozinha. Não percebe o que se passa.
Chega à entrada da casa de banho e vê o sangue.
Assustada resolve ligar para o marido. O telemóvel
dele no silêncio e no lugar esquecido onde o largou, não dá qualquer sinal de
vida. Ela escuta o som da chamada, até que esta cai na gravação das mensagens
de voz. Lembra-se que ele atende sempre, insiste várias vezes, sem resultado.
Deduz que às tantas é outra pessoa que tem o
telemóvel. Talvez aquele ou aqueles que o tenham agredido, daí o sangue, e o
tenham levado. Como é que ela não ouviu? Falhou-lhe quando precisou dela. Terá ele
ocultado a sua presença para a salvar?
Não sabe o que fazer. Decide ligar para a polícia,
Então o seu telemóvel toca. Atende e é ele a
ligar-lhe do emprego.
Que imaginação fértil!
ResponderEliminarBeijinho
A imaginação é prodigiosa.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Muito bom com a muita imaginação, parabéns!
ResponderEliminarBeijos e um bom dia
Efeito cascata posto à prova. Só você, Gábi kkkkkkkk
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