Ou
com a convivência cada vez mais se repelem?
Ela
e o Vasco não poderiam ser mais diferentes. Sempre que se encontravam no grupo
de amigos que tinham em comum, pareciam o cão e o gato, ou o cão e uma gata super
gira e certa. Se ele queria carne, ela queria peixe, se ele criticava o
governo, ela manifestava-se contra a oposição. Eram de partidos diferentes,
clubes rivais, tudo era motivo para discutirem. Quando a sua melhor amiga
começou com a história que tanto ódio ia dar em amor, quis torcer-lhe o pescoço
à amiga e a ele, que se riu do comentário, mas riu-se com ar trocista, que
raiva.
Nunca
adivinharia que ela poderia estar certa.
Como
por magia, de repente começaram a parecer-lhe absolutamente irrelevantes os
partidos e clubes e só o Vasco brilhava. Mais incrível ainda ele ter caído sob
o mesmo sortilégio. De um dia para o outro estavam a morar juntos, apanhando de
surpresa até a amiga que vaticinara o romance.
Foram
imensamente felizes durante três meses até que voltaram as discussões.
A
última e decisiva começou com o comando de televisão. Como um estereotipo ele
queria ver o jogo de futebol, enquanto ela queria ver, não a telenovela, mas um
debate político. Só tinham uma televisão, ainda sem contrato com qualquer
operadora não poderiam gravar o seu debate e ele insistia que também não faria sequer
sentido gravar o jogo.
A
zanga atingiu tal dimensão que saíram os dois de casa, batendo a porta, e
deixaram de se falar.
Mas
à medida que o tempo passava começou a sentir falta dele, até das discussões.
Foi
então que recebeu uma encomenda dele e lá dentro, vinha o comando.
Voltaram
a viver juntos, mas antes arranjaram duas televisões.
Às vezes a solução dos problemas é tão óbvia...
ResponderEliminarBeijinho, bfds
Conheço dois casos assim que deram em longos anos de casados porque foram afinando os comandos da vida. Acho que agora ao mais pequeno embate separam-se que a meu ver "falando" poderiam chegar a acordo. Ainda a poeira da derrocada não assentou e partem logo para outra relação e havendo filhos serão sempre o elo que mais sofre, por vezes tornando-se "mochilas de recadinhos/ataques.
ResponderEliminarJá não digo o mesmo quanto à agressão física e ou psicológica, bem diferente por a permissão disso com desculpas esfarrapadas temos o resultado que todos os dias é notícia.
Beijos e gostei bastante de ter vindo aqui
Bom fim de semana
Às vezes, a solução de muitos conflitos está na arte de encontrar soluções simples, embora por vezes seja complicado.
ResponderEliminarBom fim de semana, Gábi.
Oxalá comigo fosse apenas uma questão de duas televisões kkkkkk
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