quinta-feira, dezembro 10, 2020

CEC 51/23 - 9/10

 Deixo de te amar porque...

de mim resta apenas esta concha vazia

que escreve

Sabes, o céu já não é azul, o mar deixou de ter ondas, o vento sopra ao contrário, à noite não se sucede o dia, o sol não brilha,

onde estou, não há luz, nem calor,

não sei se me sobram ainda as memórias em retalhos porque às vezes nem parecem minhas

diluo-me em nada porque não reconheço o caminho

se cair, quem me agarra, se a ninguém me prendo?

se durmo, busco-te em vão nos sonhos

sem te encontrar, perco-te de novo se desperto

deixo de te amar se, quando o que de mim resta partir, não houver um depois,

porque então o mundo acaba

 

4 comentários:

  1. Gostei desse lamento de quando se deixa de amar algo _ a natureza toda fica estranhamente sem aquele brilho que o amor nos deixa ver.
    Tens alma de poeta Eu gostaria de desafiar-me rs mas quase impossível- só sei admirar. Parabéns!

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    1. Obrigada Lis especialmente porque muitas vezes me parece que no que escrevo falta poesia

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  2. Respostas
    1. Obrigada Ana. Há quanto tempo. Com o confinamento, eu que já não saia muito, ainda me fechei mais. Espero que estejas bem
      um beijinho
      Gábi

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