Em passeio pelo interior
parámos numa pequena vila que começava a crescer pelo turismo mas estava ainda
suficientemente afastada para manter uma suave tranquilidade.
Lanchávamos na
confeitaria Bem-Doce quando fomos cativados por uma menina que lá entrou com um
senhor que pensámos primeiro ser seu avô. Teria talvez sete anos e apesar de
uma cicatriz feia na cara e num dos braços mostrava-se feliz e afectuosa, mesmo
connosco que lhe éramos estranhos.
O senhor comprou pão e
voltou a sair com a menina que tratava com muito carinho pela mão,
A dona da Confeitaria que
nos atendia decidiu então contar-nos a sua história.
O senhor não era o avô da
menina mas seria o pai. Seria? Estranhámos. Contou‑nos que ele nascera de uma
família rica, antigos Morgados da vila, mas em jovem tinha estourado a fortuna
em carros, mulheres e álcool. Até que há cinco anos apareceu por lá uma mulher,
uma sua antiga amante, com a menina. Disse-lhe que era filha dele, e ela não
podia mais ocupar-se dela, que agora lhe cabia a ele. Aqui na vila pensámos que
ele entregar a criança numa Instituição. Mas qual quê. Ficou com ela e mudou
como da noite para o dia.
Ele contou-me a mim e ao
meu marido, que a filha lhe deu um sentido e o ensinou a viver e só pede a Deus
saúde para a ver crescer.
E a cicatriz? Já vinha
assim, e muito magrinha. A mulher que a trouxe, de mãe só tinha o nome, nem os
animais tratam assim as crias. Mas com o pai, como que desabrochou. Ele não fez nenhum exame para
saber se é mesmo dele, mas no coração são pai e filha, os dois têm bom fundo e
com a menina ele aprendeu mesmo a dar valor à vida.
Uma belíssima história. E para quando o livro?
ResponderEliminarAbraço
A vida trás-nos coisas boas e más e só precisamos estar despertos para aproveitarmos umas rejeitando outras.
ResponderEliminarBom seria que optássemos sempre pelas boas!
No caso que relatas a menina terá dado um sentido à vida desse homem que "em troca" lhe assegurará a ela uma vida melhor?
É o final feliz que se deseja, né?
Beijinhos e sorrisos (+akele abraço)!
Uma bela história... Verdadeiros pais, são aqueles que criam... independentemente dos laços de sangue...
ResponderEliminarBeijinhos
Ana