sábado, setembro 22, 2018

Post 6840 - Desafio de Escrita (0E) 7/10 e 8/10Sobre as redes sociais e Carta


 Com as redes sociais como o Facebook podemos reencontrar amigos e conhecidos do passado, descobrimos como estão actualmente (às vezes eles com barriguinha e menos cabelo, elas, bronzeadas e louras - outras vezes, não), ver as fotografias das casas, carros, férias e festas.
Com o Linkedin poder-se-á procurar trabalho – não sei se alguém já o conseguiu assim.
Podemos ser recordados dos aniversários, chamados para as partilhas e encontros – nos quais podemos colocar “gosto” e “talvez”, do talvez vá, mas depois não vai dar para ir.
Podemos concordar com ideias em cartazes como: não deixes para amanhã, aproveita hoje, quem quer arranja tempo, mas continuarmos sem o fazer.
Podemos ter amigos que nunca encontrámos, nem vamos encontrar, que falam outras línguas, vivem em países longínquos e alguns até nos começam a seguir.
Podemos também partilhar fotografias nossas, tiradas por nós ou de nós mesmos, os famosos “selfies”, ideias e citações, e contar os “likes”.
Receber um “like” de alguém famoso e descobrir depois que afinal era um perfil falso.
Entrarmos na roda de querer impressionar e deixar-nos iludir por quem nos quer impressionar a nós. Ou perder-nos em discussões sem sentido.
E sabemos agora também que por exemplo através do facebook ocultas entidades poderão obter e lucrar com os nossos dados – para tentar influenciar-nos a adquirir ou a votar ou a pensar.
Em vez de simples “likes” poderá de lá advir o mal anónimo, cobarde, e gratuito, o “bullying”. Ou a solidão de descobrir que nenhum dos duzentos, ou dos trezentos ou dos mil e tal amigos, está disponível quando precisamos de um.
Como em quase tudo, haverá o bom e o mau, mas se nos permite conhecer, contactar com algo ou alguém que de outra forma não encontraríamos, só por essa oportunidade, com discernimento e cuidado, viva as redes sociais!

Queridos pais o prometido é devido por isso aqui vai a carta que vos disse que escreveria.
Hoje foi o meu primeiro dia de aulas na escola primária.
Fui o primeiro! Já estava lá quando chegaram todos os meninos com os pais.
Alguns olhavam para mim de frente, a maior parte fazia-o de lado. Não por estarem intimidados, mas a querer avaliar‑me.
Quase me senti intimidado eu, mas procurei enfrentar a situação, sorrindo-lhes. Não obtive muitos sorrisos de volta, mas acolhi como carinho todos os que consegui.
Não houve choros. Estes meninos vêm da pré-primária ao lado. Têm mantido a turma. O único de novo ali, era eu. Vinte crianças, doze meninas, oito rapazes. Quando a porta da sala se fechou – fui eu que a fechei logo a seguir a tocar a campainha – ficaram calados a olhar para mim.
Por instantes apenas olhei também para eles.
Depois e como tinha sido aconselhado resolvi começar com voz e ar severos. Para que percebam que estão ali para aprender, e para ganhar e manter a autoridade, Mais tarde podemos brincar porque são ainda tão pequenos.
Incrível pensar que um dia fui assim. Tive a idade deles, um percurso semelhante. Infantário, pré-primária, escola primária.
Não me lembro como foi o meu primeiro dia, pouco recordo da Professora. Lembro o seu nome, as duas reguadas que me deu, o sabê-la ríspida, mas escapar normalmente aos seus castigos por ser dos bons alunos, em comportamento e notas.
Quero ensinar e inspirar estes meninos. Conseguir que aprendam tudo o que está no programa e que me vejam como um amigo e professor, o seu primeiro professor.
Se não me lembro do primeiro dia como aluno, sei que nunca esquecerei este dia como professor.

Obrigada pais por terem estado sempre ao meu lado e pelo vosso amor.

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