Ainda faltavam vinte
dias e de manhã ele tinha ido para o trabalho quando tive de lhe ligar.
Contou-me depois que
saiu disparado. Chovia e trovejava e à sua frente só deparava com condutores
lentos. Quando chegou eu estava pronta, à sua espera.
Ele ajudou-me a sentar
no banco ao seu lado e a colocar o cinto sobre a minha enorme barriga e
pusemo-nos a caminho. Ficava perto, mas parecia que nunca mais chegávamos.
Foi então que comecei com
contracções mais fortes e o carro foi-se abaixo, sem que ele conseguisse que
voltasse a pegar.
Saiu para a rua
exasperado mas felizmente parou uma carrinha de caixa aberta. Aceitaram
levar-nos. Eu fui à frente, entre o condutor e a mulher dele, e ele atrás, à
chuva, a segurar-se de lado.
Quando chegámos quase
me carregou pelas Urgências. Porque era um hospital pequeno ou porque o
temporal levara a que grande parte dos habituais pacientes ficasse em casa,
estava quase vazia. Levaram-me para dentro. O bebé estava atravessado, não
tinha completado a volta e eu não estava a fazer a dilatação. A obstetra optou
pela cesariana. Até me levarem para a sala foi mais uma eternidade, com dores e
medo. Houve complicações, perdi a consciência, mas acabou por correr bem.
Depois trouxeram-me o
bebé. Já limpo e embrulhado num lençol parecia-me um bebé igual a tantos
outros. Até que com a minha mão segurei a sua mão minúscula.
Nessa altura percebi
que nada a partir dali seria igual porque naquele dia e após uma viagem bem
acidentada, começávamos outra, tinha nascido o nosso filho.
Dona-Redonda voltando...
ResponderEliminar:)
Um abracinho.
um abracinho também :)
EliminarEfetivamente quando um filho nasce, começa sempre para os seus pais uma vida nova.
ResponderEliminarAbraço
imagino que deva ser sim
Eliminarum abraço
O momento mais bonito da vida, é na verdade um benção
ResponderEliminarUm abraço Redonda.
https://existeumolhar.blogs.sapo.pt/
tinha de escrever sobre uma viagem surpreendente e pensei que esta o seria Manu
Eliminarum abraço