Tive muito frio durante a
noite. Só o estar tão cansado fez com que teimasse em dormir. Não queria
acordar, apesar do frio. E então, pouco a pouco, senti o calor a chegar, mas também
a luz, cada vez mais forte. Não pude adiar mais despertar. Abri os olhos e tive
de os fechar logo a seguir. O sol pairava sobre mim. E sob mim, areia, grãos de
areia que comecei a sentir como me picavam. Estava nu. Mas onde estava?
Não me lembrava de nada.
A praia estendia-se infindável, areia branca, palmeiras e coqueiros paralelos à
linha do mar, água azul verde em ondas suaves. Tinha caído num postal de algum
lugar paradisíaco, mas não sabia como…
Nada via em redor, nada
que fosse construído pelo homem, era só natureza, mar, vegetação, areia… e
estava nu. Nu, num paraíso, qual Adão, mas sem Eva.
A última coisa que
recordava era ter saído à noite para a despedida de solteiro do Pedro, mas a
ideia era irmos para um Bar. Não estava prevista uma ilha e o noivo era ele.
Nenhuma razão descobria para ser eu, naquela ilha deserta e sem roupa.
Enquanto pensava, levantei-me e consegui arranjar uma espécie de sunga com folhas. Mais
apresentável fui à procura de algo ou alguém, ou de uma explicação.
Descobri que estava numa
Ilha pequena e deserta. Consegui apanhar umas bananas e beber água numa
ribeira, com peixes – deduzi que se a água era boa para os peixes também o
seria para mim.
Depois juntei uns
troncos, esfolei os dedos em duas pedrinhas e não consegui iniciar uma
fogueira. Pensei que seria mais fácil. Devia sê-lo!
Quando quase desatinava,
afinal já estava ali há quase uma hora, pelo menos desperto, e só tinha comido
umas bananas, avistei um barquinho no mar. Nele vinham o Pedro e os
outros. Nunca poderia imaginar o que me
contaram, mas isso ficará para um próximo capítulo, nesta história das minhas
incríveis aventuras.
Sem comentários:
Enviar um comentário