quarta-feira, maio 22, 2024

CNEC 68/40 - 5/10

  

Namoravam há três anos e Romeu não tinha qualquer dúvida que era com Eva que queria passar o resto da sua vida, mas para ele estava tudo bem como estava. Moravam juntos, mas podia escapulir-se a chatices e jantares com a família dela e ir ficar antes com os seus amigos. Afinal, não eram casados.

Já Eva sonhava com a festa, e queria ter filhos, mas depois de casada.

Todavia, não queria ser ela a declarar-se. Queria o quadro completo, em que ele até dobrasse um joelho e lhe oferecesse um anel.

Se lhe mostrava fotografias de vestidos ou cerimónias ele parecia nem as ver. Tinham ido a dois ou três casamentos de amigos comuns e ele saíra-se com piadinhas sem graça sobre os enforcados.

Eva preparou então um plano infalível. Para lhe causar ciúmes, inventou um colega do trabalho, o João. Face ao desinteresse de Romeu, foi exagerando nas qualidades e no interesse que aquele lhe votava, até que a certa altura conseguiu que desconfiasse de alguma coisa. Quando aguardava que a insegurança o conduzisse finalmente ao acto mais esperado, Romeu disse-lhe que queria conhecer o João.

Foi preciso arranjar um João. Felizmente a empresa onde estava era bem grande e trabalhava lá o primo do cunhado de uma amiga que por coincidência se chamava mesmo João.

Tiveram de encontrar-se algumas vezes para que o preparasse sobre tudo de maravilhoso que o João tinha dito e feito. Ele foi super simpático e disponível, aderindo ao que ela lhe pediu.

Chegou finalmente o dia para o apresentar ao Romeu.

Este foi muito desagradável para com o João. Eva sentiu-se envergonhada. Não gostou dos ares de posse que Romeu então lhe demonstrou.

Dias depois, convidou-a para um jantar especial. Adivinhou que ele se ia declarar, mas antes fugiu com o João.

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