Certifiquei-me de que tinha os ingredientes e trouxe o
marisco e o peixe fresco encomendado e reservado na Peixaria de manhã.
Piquei a cebola e o alho para a panela larga, reguei-os com
azeite, juntei o pimento vermelho em pedaços, as lulas e os camarões, sal,
pimenta, piri-piri, orégãos (o segredo) e tomate picado.
Confirmei as horas antes de lançar os mexilhões e pouco
depois o arroz. O tamboril e a pescada só deveriam juntar-se-lhes quando o
arroz estivesse quase pronto.
Aproveitei para completar as entradas: tomate cereja com
queijo mozarela, tostas com pasta de atum, e só então foi para a panela o
peixe.
Levei para a mesa pratos, copos e entradas.
Eram então vinte e dez minutos.
Marcara com ele vinte horas, já prevendo e desculpando um
ligeiro atraso até dez minutos.
Fui à janela na esperança de o avistar ou o seu carro,
imaginando que pudesse estar a estaciona-lo.
Liguei-lhe e não atendeu, teria o telemóvel desligado e fui
directa para as mensagens. Desliguei.
Esperei alguns minutos e voltei a ligar: “Onde estás? Já
tenho a comida pronta!” Tentei dizê-lo com uma voz simpática, mas não me parece
que tenha conseguido.
Desliguei o disco do fogão e esperei…
Eram já quase nove horas quando ouvi que chegava.
Em silêncio aguardei que percebesse como o meu prato especial
ficara completamente estragado.
Quando começou a comer as entradas como se nada se passasse,
explodi contidamente.
Discutimos.
O que era para ser dos melhores, revelava-se o pior jantar de
sempre.
Amuei num canto e ouvi que encomendava uma pizza.
Tratou ele de se desfazer do conteúdo da panela.
Fui atraída para a sala pelo cheiro bom quando a pizza
chegou.
Talvez o meu mal fosse fome, porque arrelia passou com a
primeira fatia.
Decidimos que o próximo arroz cozinhava ele.
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