quarta-feira, novembro 15, 2023

CNEC 66/38 - 9/10 - Um jantar corre mal

 

Certifiquei-me de que tinha os ingredientes e trouxe o marisco e o peixe fresco encomendado e reservado na Peixaria de manhã.

Piquei a cebola e o alho para a panela larga, reguei-os com azeite, juntei o pimento vermelho em pedaços, as lulas e os camarões, sal, pimenta, piri-piri, orégãos (o segredo) e tomate picado.

Confirmei as horas antes de lançar os mexilhões e pouco depois o arroz. O tamboril e a pescada só deveriam juntar-se-lhes quando o arroz estivesse quase pronto.

Aproveitei para completar as entradas: tomate cereja com queijo mozarela, tostas com pasta de atum, e só então foi para a panela o peixe.

Levei para a mesa pratos, copos e entradas.

Eram então vinte e dez minutos.

Marcara com ele vinte horas, já prevendo e desculpando um ligeiro atraso até dez minutos.

Fui à janela na esperança de o avistar ou o seu carro, imaginando que pudesse estar a estaciona-lo.

Liguei-lhe e não atendeu, teria o telemóvel desligado e fui directa para as mensagens. Desliguei.

Esperei alguns minutos e voltei a ligar: “Onde estás? Já tenho a comida pronta!” Tentei dizê-lo com uma voz simpática, mas não me parece que tenha conseguido.

Desliguei o disco do fogão e esperei…

Eram já quase nove horas quando ouvi que chegava.

Em silêncio aguardei que percebesse como o meu prato especial ficara completamente estragado.

Quando começou a comer as entradas como se nada se passasse, explodi contidamente.

Discutimos.

O que era para ser dos melhores, revelava-se o pior jantar de sempre.

Amuei num canto e ouvi que encomendava uma pizza.

Tratou ele de se desfazer do conteúdo da panela.

Fui atraída para a sala pelo cheiro bom quando a pizza chegou.

Talvez o meu mal fosse fome, porque arrelia passou com a primeira fatia.

Decidimos que o próximo arroz cozinhava ele.

 

Sem comentários:

Enviar um comentário