A Catarina estava
desactualizada ou então odeia-nos. Disse-nos para virar à direita onde havia um
precipício e depois amuou, repetindo “quando puder inverta a marcha”. Não
desistia de nos matar e tivemos de a desligar.
Tentei entender-me com um
mapa antigo, ia dizendo ao Max, vira à direita, vira à esquerda, até que a
certa altura ele parou o carro para examinar o mapa. Estava ao contrário e não
era sequer daquela região.
Estávamos perdidos há
horas e escurecia.
À nossa volta, da estrada
estreita, só via árvores e arbustos e pareceu-me ouvir ao longe uivos de lobos
esfomeados.
Max também parecia tê-los
ouvido quando em voz bem baixa me disse, olha vamos em frente.
Só que também o carro
estava contra nós. Max virou a chave várias vezes, mas o motor não pegou.
Ele manteve-se paciente:
- Experimentemos aquele
caminho a ver se nos leva a algum lado.
Guardei para mim o receio
de nos poderia levar aos lobos e segui-o.
Pouco tínhamos andado
quando começámos a ouvir música popular.
Vinha de uma cabana de
madeira que parecia meio abandonada.
À medida que nos
aproximávamos avistámos também vultos de figuras que dançavam.
Pela música devia ser uma
festa popular num lugar estranho. Mas o popular seria uma festa de bruxas pelos
disfarces com que estavam, de feiticeiros, vampiros e lobisomens.
Rodearam-nos para dar-nos
as boas-vindas. No entanto, senti que estavam demasiado perto. Puxei da cruz
que comprei no Vaticano (da vez em que não me deixaram entrar no Museu porque o
meu vestido deixava os joelhos à mostra) e eles recuaram. Agarrei na mão do Max
e fugimos dali para fora.
Conseguimos encontrar o
carro e com a cruz firmemente segura na mão direita, o motor pegou. Fugimos
dali e nunca mais fomos passear para aqueles lados.
Abrenúncio!!
ResponderEliminarBeijinho
Uma boa escapadela à custa da cruz! :))
ResponderEliminarAbraço