As obras na via de acesso ao Aeroporto já duravam há
vários meses. Também o rodeavam e tinham levado ao corte de vias.
Quem se dirigia para lá já contava à partida com atrasos
e filas.
Quem chegava, saía do ambiente de ar condicionado para
um exterior poeirento, ruidoso e confuso.
Por acaso, reparei nas duas senhoras de idade com ar
estrangeiro que quando saíram pareciam procurar alguém.
Também eu esperava por uma boleia e para saber para
onde me dirigir, uma vez que ali não estavam a deixar que nenhum carro parasse,
nem táxis ou veículos de aluguer.
Foi então que reparei num carro antigo que parou perto
das senhoras e de lá saiu um senhor também de idade que foi ter com elas. Houve
abraços e troca de palavras em inglês, confirmando a minha dedução.
O senhor abriu a mala do carro e preparava-se para
ajudar as senhoras com as malas quando foi interceptado por um polícia jovem e
com ar zangado. O calor e as funções nem sempre bem recebidas também deviam ter
contribuído para que não estivesse muito bem humorado.
Percebi que o senhor de idade se tentava apenas
justificar. Entretanto as duas senhoras não se mostravam capazes de pegar nas
suas próprias malas.
Foi então que uma jovem de calções que não aprecia
particularmente forte, avançou decidida, pegou nas duas malas e colocou-as no
carro, interrompendo a palestra do agente, que terá percebido somente então que
enquanto se zangava, tal implicava que o carro antigo permanecesse ali parado a
impedir a passagem dos demais.
Permitiu então que os três se enfiassem no carro e felizes pelo seu reencontro fossem rapidamente embora dali.
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