Na esplendorosa quinta ao pé do lago cristalino que se estendia até ao horizonte, o velho caduco e o seu esperto papagaio, tinham um problema a resolver. Um lobo que vinha causando estragos, roubando galinhas e ameaçando a vida deles e de seus animais. O velho, decidiu armar uma armadilha para capturar o lobo. Ele construiu-a com madeira, usando sua habilidade com as mãos e ajudado pelo seu fiel companheiro, o papagaio.
A armadilha funcionava de forma simples, mas eficaz. Uma estrutura de madeira, com uma porta que se abria automaticamente quando o lobo entrava, e se fechava assim que ele estava dentro. O papagaio, com seu instinto aguçado, foi quem teve a ideia de usar frutas e vegetais como isca para atrair o lobo para dentro da armadilha.
A noite chegou e a armadilha foi colocada no lugar. O velho e o papagaio vigiavam de longe, escondidos atrás de um carvalho, esperando que o lobo caísse na armadilha. Não demorou muito para que o lobo aparecesse, atraído pela isca. Ele entrou na armadilha sem suspeitar de nada, mas assim que a porta se fechou, o lobo ficou em pânico. Ele começou a correr de um lado para o outro, tentando encontrar uma saída, mas era tarde demais.
O velho e o papagaio saíram de sua esconderijo e se aproximaram da armadilha. O lobo, ao vê-los, parou de se debater e ficou em silêncio, como se entendesse que estava preso. O velho se aproximou da armadilha e abriu a porta. O lobo saiu, mas não tentou fugir. Ele olhou para o velho e para o papagaio, como se quisesse se desculpar.
O velho olhou para o lobo e disse: "Não temos nada contra você, lobo. Só queremos proteger nossa propriedade e nossos animais. Mas você também tem o direito de viver, de caçar e de ser livre. A floresta é de todos nós, e precisamos aprender a conviver em harmonia. É isso que nos torna seres humanos."
O lobo olhou para o velho como se entendesse cada palavra, e então se virou e foi embora, sumindo na floresta. O velho e o papagaio ficaram olhando, sabendo que nunca mais veriam o lobo.
Deveria ter suspeitado,
mas não o fez.
Ele parecia ser o mais
cordial dos vizinhos. As notícias tinham causado alarme, esvaziado as ruas e
fechado portas, mas quando se encontravam na entrada do prédio, ele
cumprimentava-a, perguntava-lhe como estava, contava-lhe como nos últimos
tempos tinha passado a acompanhar mais uma irmã dele. Um homem educado.
Parecia-lhe.
Naquele dia corria o
boato de que tinham encontrado mais um corpo. Tinham participado o
desaparecimento de outra mulher que vivia sozinha, tal como ela. Quando chegava
com compras, ele ia a sair, ofereceu-se para a ajudar e ela aceitou. Subiam as
escadas e ele comentou que não tinha a certeza se fechara bem a sua porta.
Pararam no patamar do andar dele, para que verificasse. Foi então que ele a
empurrou. Não percebeu o que se passava. Quase caiu. Ouviu que ele fechava a
porta atrás deles. O andar dele era igual dela, mas estava vazio. Quando se
virou e o olhou, viu uma pessoa diferente. O seu olhar gelado calou-a. Sabia
que não ia adiantar suplicar que a deixasse ir. Tinha lá cordas com que lhe amarrou
os pulsos atrás das costas e uma mordaça que a sufocou.
Nessa altura tocaram na
entrada e era a polícia. Ele fechou-a na sala e desceu. Entorpecida ela foi até
à janela. Viu os policias que falavam com ele. Perguntar-lhe-iam se vira algo
suspeito? Atada como estava, não havia nada que pudesse atirar à janela e não
podia gritar.
Viu-o atravessar a rua e
acompanhar os agentes até ao carro e despedir-se deles. Nenhum dos polícias
olhou para cima, mas mal o carro arrancou, ele olhou. E sorriu.
Foi então que ele iniciou
a travessia para vir ao seu encontro, sem olhar, e qual desenho animado, foi
colhido com violência por um carro que passava.
Que alívio!!!!
ResponderEliminarQue alívio!!!
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