quarta-feira, fevereiro 01, 2023

E agora texto de A (quiçá novo colaborador para blogue e desafios de escrita que bem preciso) para um Desafio de Escrita

 

O Anel Mágico

Se me fosse oferecido um anel mágico que me permitisse obter um desejo, ficaria pasma, emudecida e procuraria uma câmara escondida, não estivesse eu num programa de “apanhados” de um qualquer canal televisivo. De seguida, como sou um pouquinho desconfiada e cismada, procuraria desenfreada por uma etiqueta ou inscrição no anel, que abonasse o poder de tal adorno. Uma singela etiqueta com os dizeres “Made in Tiffany’s” bastaria para serenar as minhas ânsias. Uma vez comprovado o valor e o poder do objeto ofertado, em tom altivo e formal, formularia o seguinte desejo: “Excelentíssimo Senhor Anel, euuuu… peço humildemente a Vossa Senhoria que me conceda uma audiência com o famigerado Feiticeiro de Oz.” Dito e feito. Tal como a Dorothy Gale, personagem do livro “O Maravilhoso Feiticeiro de Oz”, ver-me-ia perante o dito cujo a quem pediria (não fosse eu bastante original) quatro novos desejos que passo a enumerar:

primeiro - conceder cérebros a todos os espantalhos e seres acéfalos que, apesar da baixa taxa de natalidade, pululam um pouco por toda a parte; segundo - ofertar corações a todos os “homens de lata”. Homens de folha de flandres que nunca tiveram este órgão tão importante ou que o perderam ao longo do caminho sinuoso das suas vidas.  Seres capazes dos atos mais hediondos porque perderam a capacidade de amar; terceiro – facultar coragem a todos os leões temerosos. Reis da selva que vivem escravizados pelo medo de tudo o que os rodeia; e, por último, quarto – permitir-me, a mim Dorothy, voltar a “casa.”

O que mudaria? Tudo!

Todos os pedaços do meu ser que perdi voltariam a juntar-se. A dor imensurável da perda desapareceria. Voltaria a ser “eu.”

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