O puzzle…
Estava sem ideias. Ainda não a
conhecia bem para lhe dar uma joia, ou saber do que ela gostava. Viu-o e pensou
“podia ser uma prenda gira”. Ainda
mais estava em promoção.
Na hora da oferta, se ela
ficou decepcionada disfarçou.
Que
estranho, um puzzle.
Será
que ele gosta destes quebra-cabeças?
Na pré-primária deram-lhe
um para brincar. Não gostou. Era fácil, mas fê-lo contrariada porque preferia
pintar com os dedos.
Este era de cinco mil
peças, cores e tons semelhantes, detalhes minúsculos, peças aparentemente
iguais na forma.
Será
que ele gosta mesmo disto?
Nos encontros seguintes,
se sabia que ele ia subia, colocava o puzzle na mesinha da sala, juntou algumas
peças, nem sabia se estariam todas certas.
Nas vezes em que ele
ficou, nenhum dos dois reparou se o puzzle estava ou não na mesa, centrados um
no outro, a libertarem-se da roupa e a seguirem para o quarto, abraçados, a
beijarem-se e a despirem-se, ele a tropeçar em algum móvel cujo local não
decorara ainda, nem sentia dor, só calor e prazer.
Depois, com o tempo a passar,
sobretudo quando estavam atrasados, ela era um bocado chata a insistir para ele
subir, especialmente quando era para saírem de seguida. Sim estava gira. Não, ele não ia beber além da conta. Não, não iam
demorar – ela não gostava lá muito dos amigos dele, mas ele também não
apreciava por aí além os dela.
Aumentaram as discussões,
distanciaram-se no tempo e arrefeceram as reconciliações.
Ele deixou de subir. Foi
num café que puseram o ponto final definitivo, aquele que era mesmo para valer.
Quando chegou a casa ela
viu o puzzle incompleto e pensou em atirá-lo pela janela, mas acabou por o
atirar para o armário. Talvez um dia pudesse oferecê-lo a outrem…e esqueceu-se
dele
As crianças nem sempre recebem bem as prendas que se lhe oferece.
ResponderEliminar.
Cumprimentos cordiais e poéticos
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Esqueceu-se dos dois!
ResponderEliminarAbraço
O amor é um quebra-cabeças!
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