quinta-feira, julho 07, 2022

CNEC 60/32 - 9/10 Para sempre

 

Primeiro da acção de formação saiu uma jovem de cabelo comprido que reflectia o sol.

Ela olhou em redor antes de ir colocar um papel num carro vermelho, estacionado de lado, prendendo-o com todo o cuidado por baixo do limpa para-brisas. Olhou de novo à sua volta. Parecia ao mesmo tempo audaz e nervosa. De seguida, foi-se embora em passos largos e regulares.

Estava muito vento naquele dia e o seu cuidado não foi suficiente para impedir que o papel se soltasse. Caiu primeiro em frente, mas sendo tão leve, levantou voo para o lado do passeio, tendo sido barrado por um arbusto.

Saiu então do edifício um rapaz simpático e extrovertido, rodeado por outros dois. Riam e falavam alto. Despediram-se e ele encaminhou-se para o carro vermelho. Abriu-o, entrou, ligou o motor, mas ao invés de arrancar, desligou-o, e saiu do carro.

Algo pressentira ou adivinhara porque olhou à sua volta. Procurava algo. Quase lhe passava despercebido o pequeno papel, até que o viu, mesmo quando aquele, empurrado por nova rajada do vento, decidia contornar o arbusto e seguir pela rua.

Foi atrás dele, teve de apressar o passo e correr nos dois últimos metros, porque sempre que se aproximava, nova rajada do vento o afastava, mas ganhou a corrida e apanhou o papel.

Dobrando em dois, continha apenas algarismos.

Ele sabia que era o número de telefone dela. O papel quase perdido era o início e um sinal de que seria para sempre.

7 comentários:

  1. Todas as histórias de amor têm um princípio mais ou menos original.

    Abraço

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  2. Depois ele telefonou e era engano :)))
    Beijinho, bfds

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  3. Ó Pedro, que desmancha prazeres!!!🤣

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  4. :) a ser como escreveu o Pedro parece-me que não seria o início, nem para sempre :)
    um beijinho UmaMaria e estou à espera que me contactes para te enviar o incrível prémio - escritaredonda@gmail.com

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