Sofia
levantou-se do chão e impulsionou o corpo para cima.
Estava
rodeada de azul. De olhos abertos via o azul que a envolvia e o de tom mais
claro em cima. Também em baixo sabia que os ladrilhos do chão eram azuis. Chegou
à superfície e foi como se passasse para outro mundo. Céu azul, o brilho e
calor do sol, e vozes, muitas vozes. Em algumas braçadas chegou às escadas, mais
com a força dos braços, para não escorregar nos degraus escorregadios, saiu da
piscina.
Permanecera
no chão talvez por um minuto. Ninguém a notara. Gostava de o fazer. Mergulhava
até tocar no chão com as pontas dos dedos. Sentia a pressão da água que a
empurrava para cima, contrariava-a, sentava-se e rodeava as pernas com os
braços. Sabia-se na parte mais profunda. Sabia que se não estivessem tantas
pessoas por lá, não seria tão invisível, mas sentia-se de alguma forma só e
livre. Tinha a força e o domínio para chegar e permanecer ali, perto e longe de
todos.
Não
tinha muito tempo para secar ao sol. Espremeu o cabelo preso com um elástico e
libertou-o, fios de água escorreram-lhe pelo pescoço.
Era
hora de regressar ao mundo, à sua realidade e problemas, o espectáculo tem de
continuar.
Como
quando era criança a aprender a andar, caía e levantava-se.
Amanhã
poderia regressar à piscina
Piscina agora só de água quente! :))
ResponderEliminarAbraço
Meu nome predileto, Sofia. Usei-o quando voluntária de um grupo de ajuda.
ResponderEliminarBeijinhos.
Quem fez natação competitiva como eu mal vejo uma piscina só me apetece fazer como a Sofia. Há muito que não entro numa porque mesmo no verão são bem caras.
ResponderEliminarGostei de conto de libertação pessoal.
Beijos e um bom dia