O que torna um dia o mais longo de sempre?
O número de horas em que estamos acordados, a
intensidade com o que o vivemos, ou o recordarmos anos depois, apesar de que enquanto
o vivíamos não tínhamos a consciência da sua importância?
Vou escolher um dia com significado para mim e não
para o mundo em geral, como seria por exemplo o dia 11 de Setembro de 2001.
Há alguns anos acordei de madrugada sem precisar de
despertador (o que é raro em mim, normalmente preciso de dois despertadores).
Tomei duche e vesti um vestido preto mais formal que escolhera de véspera.
Apesar de ter ficado no frigorífico o leite
estragara-se e bebi só café.
Estava sol e calor para mesmo no Porto não ser preciso
levar um casaco.
Apanhei o autocarro e a viagem demorava cerca de uma
hora. Por estar nervosa, embora não o mostrasse, não aproveitei para dormir,
como às vezes fazia, depois de encontrar um lugar no andar em cima.
Cheguei cedo.
Sempre que se abria a porta para chamar ou sair alguém
o nervosismo aumentava.
Fui das primeiras a apresentar o trabalho. Correu-me
bem e soube da boa nota antes do almoço (partilhei depois em casa), mas fiquei
por lá porque um dos amigos do meu grupo ainda ia apresentar o seu.
Almocei um pão e fiquei com ele e outros colegas até
ao final da tarde, falhando o lanche, a refeição mais importante do dia para
mim.
No regresso, sentia-me física e mentalmente cansada,
por ter dormido e comido pouco, mas também vazia e expectante. Assim terminava
o meu curso, no início do Verão. No final das férias, já não voltaria ali, e
com sorte, estaria a ingressar no Mundo do trabalho, sem saber bem ainda qual
viria a ser a minha profissão.
Tu escreves p'ra caramba como se diz na minha terra. Que texto magnífico do dia que para sempre marcou o teu futuro. Adorei!
ResponderEliminarBeijocas e um bom dia
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarOps, desculpe, vim agradecer sua visita e enganei-me e excluí meu comentário.
EliminarBjs, Marli