Seria mesmo ele?
Parecia
o Bill Gates. Mas porque estaria ele ali numa estação de serviço, à noite, numa
auto-estrada para o Porto?
Estava
com dois outros homens e tinham-se sentado uma mesa do canto. Um deles fora
buscar café para os três, trouxera também uma nata, mas nenhum deles a comera,
olhavam para ela meio de lado.
Além
deles e de mim, não havia mais clientes. Ainda assim não pareceram suspeitar
que em vinte mesas livres, fosse escolher a que ficava mesmo ao lado deles.
Tentei
escutar o que diziam. Falavam em inglês. Recorri ao que aprendi na escola para
ir traduzindo.
-
A Xana Toc Toc alinha? Perguntou um deles.
-
Ainda não falei com ela, mas de certeza vai alinhar e com ela vamos ganhar os
miúdos, respondeu o outro.
Ouvi
então a voz do Bill Gates tal como soava na televisão:
-
Vamos substituir todas estas natas pelas que são feitas com fungos. Afirmou
assertivo.
E
continuou: Depois passaremos para os frangos e hambúrgueres. Os fungos são
nutritivos e não gastam recursos da Terra como outros alimentos.
Os
outros dois acenaram em concordância. O primeiro, o que estava mais perto de
mim, disse baixo, tão baixo que se calhar só ele e eu ouvimos, “só é pena não
saberem ao mesmo”.
-
E o café? Perguntou o primeiro, do desabafo sentido.
-
E a coca-cola? Perguntou o segundo. O desabafo e comentários lembraram-me os
polichinelos.
-
Lá chegaremos! Concluiu o Bill Gates.
Os
três levantaram-se e saíram em direcção ao carro elétrico estacionado ao pé da
entrada.
Reparei
que um deles parecia ter a boca cheia, mas que o disfarçava.
Na mesa, o pratinho vazio acusava a falta da nata.
Final delicioso! Digo melhor, final com sabor a pastel de nata!
ResponderEliminarA tua imaginação consegue sempre surpreender-me! 😊
Então afinal quem abarbatou o pastelinho??
Beijinhos curiosos
(^^)