Felizmente colocara o telemóvel no modo de silêncio quando se fora deitar, e só quando se preparava para o recolocar em normal é que se apercebeu do grande número de chamadas e mensagens.
A maior parte de
números ocultos. Mas o que se passaria?
Foi ler algumas das
mensagens. Todas falavam em combinar encontros e perguntavam preços.
O que se passaria?
Resolver ligar para
um dos números não ocultos e desconhecidos. Uma voz de homem respondeu. Parecia
um pouco incomodado. Aquela não era a hora certa para falarem, estava a
trabalhar. Poderia ligar-lhe mais tarde? Mas foi ele que ligou para ela e às
três da manhã! Daquele não conseguiu mais nada. Passou para o seguinte. Não
atendeu. Já suspeitava que o seu número poderia por engano ter sido indicado
nos anúncios que aparecem em alguns jornais com fotografias sugestivas de
mulheres despidas.
As mensagens e os
toques continuavam, mas a ideia daquilo que a esperaria se atendesse, não a
incentivava a fazê-lo. Encheu-se de coragem, premiu a tecla verde de lá, uma
voz masculina perguntou‑lhe “Olá linda quando podemos encontrar-nos?”. Não
conseguiu responder e desligou.
Olhou para o telemóvel a vibrar com as
chamadas.
- Não aguento mais
contigo! - afirmou, enquanto o atirava para longe.
Contudo, passado
pouco tempo não resistiu a ir procura-lo. Tivera sorte, não se estragara e
continuava vibrante.
Mais tarde conseguiu que no mesmo jornal publicassem rectificações do número, mas durante algum tempo ainda foi procurada pelos clientes da “Quente e solitária”.
Que desassossego! :)
ResponderEliminarAbraço
Meu Deus, isso não se faz
ResponderEliminarNem mesmo a uma cadela
Que goste da vida aquela!...
Seria um gesto audaz?
Ou engano contumaz?
Tudo se faz embaraço...
É como se andar descalço.
A vida é sempre um perigo.
Nem mesmo junto ao abrigo
Se está abrigado ao espaço!
Gostei do miniconto ou novela! Parabéns!Abraço fraterno. Laerte.
Coitado também do telemóvel. Que canseira!
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