Estávamos na época do Natal.
Diminuíam as horas com
luz do sol, parecendo que os dias ficavam mais pequenos, mas na cidade a noite
era iluminada pelas luzes das ruas e lojas.
A alegria de muitos
aquecia e afastava o frio que crescia enquanto se aproximava o Inverno.
Notava-se uma pressa
animada nas compras de prendas e nas viagens que juntavam famílias e amigos na
celebração.
Parecia tudo igual a
anos anteriores, mas sabiam que era diferente.
Seria o primeiro Natal
que passariam apenas os dois, pai e filho.
Sem falarem sobre
isso, esforçavam-se os dois por esconder a tristeza, porque não se queriam
entristecer um ao outro, como se fosse possível esquecerem a falta que estava
sempre presente.
Na noite de Natal, não
foi mais possível fingir que estavam bem. Nenhuma prenda foi capaz de alegrar o
filho que a custo não chorava.
O pai resolver então
conversar com ele de outra maneira e levou-o até perto da janela.
Lá fora estava uma
noite linda que deixava ver as estrelas e o pai pediu-lhe para escolher a
estrela mais brilhante.
Perguntou-lhe depois
se era capaz de a ver durante o dia.
O filho respondeu-lhe,
como já sabia, do alto dos seus sete anos, que não. Durante o dia, vê-se o sol,
não se veem outras estrelas, mesmo aquela mais brilhante.
Contou-lhe então o pai
que a mãe era como aquela estrela. Estava sempre ali, mesmo que ele não a
conseguisse ver, estava a olhar para ele, e a olhar por ele.
O filho pôde
refugiar-se no abraço do pai, lembrar e falar da mãe com ele.
Chorar e dividir a
tristeza fez com que não se sentissem sozinhos.
E na casa deles foi também Natal.
Muito lindo o conto, Gábi. Destaca a capacidade de compaixão humana, o quanto faz a diferença compartilhar amor!
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