quinta-feira, novembro 19, 2020

Post 7795 - CNEC 51/23 - 6/10 Natal

          Estávamos na época do Natal.

Diminuíam as horas com luz do sol, parecendo que os dias ficavam mais pequenos, mas na cidade a noite era iluminada pelas luzes das ruas e lojas.

A alegria de muitos aquecia e afastava o frio que crescia enquanto se aproximava o Inverno.

Notava-se uma pressa animada nas compras de prendas e nas viagens que juntavam famílias e amigos na celebração.

 Na casa deles, havia uma árvore de Natal, comida e prendas.

Parecia tudo igual a anos anteriores, mas sabiam que era diferente.

Seria o primeiro Natal que passariam apenas os dois, pai e filho.

Sem falarem sobre isso, esforçavam-se os dois por esconder a tristeza, porque não se queriam entristecer um ao outro, como se fosse possível esquecerem a falta que estava sempre presente.

Na noite de Natal, não foi mais possível fingir que estavam bem. Nenhuma prenda foi capaz de alegrar o filho que a custo não chorava.

O pai resolver então conversar com ele de outra maneira e levou-o até perto da janela.

Lá fora estava uma noite linda que deixava ver as estrelas e o pai pediu-lhe para escolher a estrela mais brilhante.

Perguntou-lhe depois se era capaz de a ver durante o dia.

O filho respondeu-lhe, como já sabia, do alto dos seus sete anos, que não. Durante o dia, vê-se o sol, não se veem outras estrelas, mesmo aquela mais brilhante.

Contou-lhe então o pai que a mãe era como aquela estrela. Estava sempre ali, mesmo que ele não a conseguisse ver, estava a olhar para ele, e a olhar por ele.

O filho pôde refugiar-se no abraço do pai, lembrar e falar da mãe com ele.

Chorar e dividir a tristeza fez com que não se sentissem sozinhos.

E na casa deles foi também Natal.

1 comentário:

  1. Muito lindo o conto, Gábi. Destaca a capacidade de compaixão humana, o quanto faz a diferença compartilhar amor!

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