A casa devia estar vazia e foi fácil entrar. Não
acendeu as luzes para não chamar as atenções dos vizinhos. Tinha consigo uma
lanterna e ia iluminando o espaço à sua frente, calculando o que poderia levar
consigo de valor. Ali morava uma velha, mas a decoração não condizia com a
ideia que tinha, quer da casa dos avós, quer de outras semelhantes em que
entrara. Poucos móveis, nada de bibelots, rendas ou retratos. Quase desanimara
quando numa estante além de livros viu taças. Jackpot. Seriam de prata ou de
ouro velho. Precipitou-se a guardá-las no saco que trouxera, mas foi então que
ouviu um barulho. Vinha do andar de cima. A velha estava em casa!
Pensou por instantes. Nem pensar em deixar-se apanhar.
Com os seus antecedentes, ia apanhar anos lá dentro. Ir embora também não lhe
apetecia, não sem levar consigo o que vira. Tirou a navalha do bolso, deixou o
saco junto à estante, e pé-ante-pé, dirigiu‑se para as escadas. O que é que
sabia dela? Era uma mulher velha e solitária. Tinham-lhe dito que em Maio
tirava férias. Ia não se sabe para onde porque não tinha família. Na vila também
não lhe conheciam amigos. Melhor, pensou, ninguém sentirá a sua falta. A casa
era pequena, naquele andar apenas haveria além do hall, um quarto e a casa de
banho. Seguiu para o quarto. Nenhuma luz estava ligada. A porta entreaberta
rangeu quando a empurrou para conseguir passar. Não estava na cama. Mas onde
estaria a puta da velha?
Um vulto magro saiu das sombras do hall para descer as
escadas a correr. Foi atrás dela. Deixou de a ver e foi apanhado numa rasteira.
Estatelado no chão perdeu a navalha. Antes da pancada que o deixou inconsciente
ainda escutou “ladrão que rouba a ladrão”.
SURPRISE!!!!
ResponderEliminarQue a imaginação nunca se acabe, Gabi.
Beijinhos
Mais uma vez um excelente conto.
ResponderEliminarSubscrevo o Pedro.
Abraço e saúde
Olá, bom dia. Eu fiz uma campanha para arrecadar fundos para voltar para minha Terra. Se você puder colaborar clique:
ResponderEliminarhttps://www.kickante.com.br/campanhas/lupus-fibromialgia-nao-consigo-trabalhar
Que Deus te dê em dobro.
Ehehehe
ResponderEliminarSem tento na língua!
Gosto assim!
Gostei deste final em crescendo suspense!
ResponderEliminarAbraço
Você escreve para nos surpreender. E isso é ótimo para que possamos perceber o quanto somos limitados em nossas peripécias mentais....rsrsrs Parabéns!!!
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