Há
pouco tempo éramos felizes. Soube desde o início que tínhamos nascido um para o
outro.
Disse-lhe
logo no primeiro encontro. Pensei que ela o tinha compreendido também, mas
depois algo sucedeu. Alguém lhe fez a cabeça. Talvez aquele seu colega de
trabalho que anda sempre a rondá-la. Como é que ele se chama? O Pedro, acho que
é isso. Nunca gostei dele.
Disse-lhe
que precisava de saber sempre por onde ela andava. Assim se ela precisasse de
ajuda poderia ir logo ter com ela. Vivemos num mundo perigoso. Não pareceu ter
percebido. É demasiado ingénua, mas notei como quando ia ter com ela para a
surpreender ela ficava era assustada.
Deve
ter sido por algo que aquele Pedro lhe disse que ela deixou de responder às
minhas mensagens. Não me atendia o telemóvel. Queixou-se que estava sempre a
ligar‑lhe, mas se atendesse mais, isso já não sucederia.
Disse
que precisava de um tempo. E eu? Não precisava de a ver? Procurei-a em casa, não
abriu a porta, mas sei que estava lá, tinha o carro estacionado em frente. Deve
ter sido o Pedro que a convenceu a apresentar uma queixa. Disseram-me que tenho
de ficar longe dela. Como é possível? Nem ela o pode querer. Ela precisa de
mim.
Ontem
decidi, vou ter com ela junto ao prédio onde trabalha, no centro da cidade. Encontrei
aqui estacionado um Land Rover. Atrás dele, até ela aparecer, apenas tenho de
me dobrar um pouco para que não me vejam.
Só
temos de conversar. Ela vai perceber que devemos ficar juntos.
E assim que começa a violência doméstica, por esta necessidade de controlo!
ResponderEliminarAbraço
Era a ideia que queria dar
Eliminarum abraço
Meu Deus, temo pela vida dela.
ResponderEliminarAbraço e saúde
:) Esperemos que ela consiga fugir
Eliminarum abraço, obrigada e muita saúde
Doentio, Gábi.
ResponderEliminarE era mesmo essa a ideia que queria transmitir, não era?
Beijinho, bfds
Gosto muito do texto, uma tensão em crescendo com um final que nos deixa em suspenso, mas faz temer o pior. Muito bom.
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