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Esta ilusão de óptica é originada pela falta das pistas visuais que são necessárias para se estabelecer a profundidade da figura. Com os dados que estão disponíveis, é tão possível que os braços, quando se dirigem para um dos lados, estejam a rodar pela frente como por detrás. Portanto, a bailarina tanto roda no sentido dos ponteiros do relógio quando o pé que se vê no chão é o esquerdo, como roda no sentido contrário quando o pé que se vê no chão é o direito. Uma vez que não há dados visuais na silhueta que indiquem qual dos lados está a ser apresentado, ela tanto está numa como na outra perna, porque quando a sua imagem se dirige para um dos lados é interpretada como estando voltada para cá ou para lá do observador. Os perfis, esquerdo e direito, são as posições menos ambíguas na aparente rotação da figura. Contudo, mesmo assim, também não é possível determinar qual das pernas está no chão, e se ela se movimenta pela parte anterior ou posterior do círculo quando se dirige para um dos lados.
A pista que falta e a que é dada
Pode dizer-se, portanto, que a causa que origina este efeito, está na necessidade de ver resolvida a ambiguidade, combinada com uma interpretação a três dimensões de uma imagem que só tem duas. A pista que falta é a que conduz à leitura da profundidade do corpo na representação da figura. Sem ela o observador deveria ver somente uma figura que se move de um lado para o outro. No entanto, embora não esteja presente a pista que leva a descodificar a profundidade do corpo, está presente a pista que leva a descodificar a profundidade do espaço que este ocupa. Espaço que se observa na oscilação deste para cima e para baixo, enquanto percorre o seu movimento de um lado para o outro. Esta curta oscilação vertical sincronizada com o longo movimento horizontal, produz o desenho dum círculo paramétrico com rotação horizontal, criando assim a sensação contínua da profundidade do movimento. E como o ponto de vista do observador sobre a bailarina se localiza na sua cintura, o círculo desenhado tanto pode estar a ser percepcionado por cima como por baixo. Quando o círculo é percepcionado por cima a figura roda no sentido dos ponteiros do relógio, quando o cículo é percepcionado por baixo ela roda no sentido contrário, e vice versa.
Esta ilusão foi irresponsavelmente identificada como método científico para fazer testes de personalidade, supostamente determinando qual dos dois hemisférios cerebrais do observador em questão é predominante no momento da observação, caso a figura rode para um ou para o outro lado. Seguindo este ponto de vista supostamente científico, do qual resta apresentar prova [3], a Ilusão da Bailarina tornou-se conhecida como o «teste do cérebro direito vs. cérebro esquerdo», e foi assim que se divulgou pela internet, dos finais de 2007 aos inícios de 2008. De acordo com os proponentes desta ilusão como teste de personalidade, se no momento em que inicia a sua observação, o sujeito da análise vê a imagem a rodar no sentido contrário aos ponteiros do relógio, isso significa que o hemisfério esquerdo predomina, se ele vê a imagem a rodar no sentido dos ponteiros do relógio, predomina o hemisfério direito. Todavia, Steven Novella, Director da Neurologia Geral na Escola de Medicina da Universidade de Yale, afirma peremptoriamente que o teste é um completo absurdo e não serve para o que foi proposto.[4] Novella diz ainda que embora esta noção de que temos uma predominância de um hemisfério sobe o outro esteja difundida na consciência pública, e os hemisférios funcionem bem sozinhos e tenham aptidões diferentes, é como um todo único que funcionam e não em separado como se imagina. Segundo Thomas Toppino [2], Presidente do Departamento de Psicologia da Universidade de Villanova em Filadélfia, trata-se de um fenómeno que se dá exclusivamente dentro dos parâmetros do sistema visual, e a criação de Kayahara servirá, antes de mais, como ferramenta para se perceber melhor o funcionamento da visão.
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