Acordas
e tudo o que mais desejavas realizou-se: conta-nos o teu dia.
Acordei
e ouvi vozes, a minha avó a conversar com a minha mãe. Levantei-me e fui ter
com elas.
Para
que o Mundo possa permanecer quase tal como é, não me disseram como é o depois,
apenas que existe um, mas não foi preciso dizerem-me para que ficasse então a
saber, que não perdemos ninguém, permanecemos ainda que tenuemente ligados, e como haverá
um reencontro, existe um sentido.
No
resto do dia poderia fazer o que faço sempre, poderiam ter continuado comigo, ou
poderia ter sido apenas uma visita breve, sem explicação, mas real.
A
minha avó morreu quando eu tinha onze anos e depois dela houve outras perdas,
mas aqui estou sobretudo a escrever sobre a primeira.
Quando
acontece, o mundo vai ficando mais feio e vazio, e perco também os pedaços de
mim de como era com eles, como deixei de ser neta quando deixei de ter avós.
O
que mais desejava é esse reencontro ou enquanto estou viva, saber que é
possível, que vai suceder, ter esperança ou fé.
Certamente que sim. Seria um enorme desperdício da Natureza se assim não fosse.
ResponderEliminarVou tentar guardar este comentário para pensar nele quando precisar
ResponderEliminarRevi-me quando escreves-te que perdeste pedaços de ti. É verdade, perdemos pedaços de nós!
ResponderEliminarMuito bonito!!!