Não tenho tido muita
sorte no amor.
Contudo, apesar dos
vários falhanços e desgostos – demasiados - algo fez com que mantivesse sempre a
esperança de um dia encontrar a minha outra metade, o príncipe encantado ou a
tampa do tacho. Essa luz e consolo encontrei-o na minha própria família, nos
meus tios. Ele, irmão da minha mãe, apesar de quase sessentão, mantém um charme
especial. Nela, não sendo do meu sangue, sempre encontrei abrigo e carinho. Ao
longo dos anos vejo-os sempre enamorados, sem discussões, apenas com algumas
desavenças, como lhes chama a minha mãe, leves e passageiras, que resolvem com
cedências e reconciliações.
Um dia pedi à minha tia
para me contar a sua história, de como se tinham conhecido. E ela acedeu.
No seu grupo de amigos,
seis ou sete, rapazes e raparigas, conheciam-se todos desde crianças e quando
tinham quinze, o meu tio aproximou-se do grupo. Ele já com dezasseis e bonito
foi bem acolhido, sobretudo pelas raparigas. Todos pensaram que estava
interessado na Maria Luísa – uma amiga da minha tia que ainda hoje é uma mulher
muito bonita.
Numa noite, estavam a
jogar ao jogo da garrafa. Sentaram-se em roda, giravam-na e para quem
apontasse, ou cumpria o desafio ou tinha de beber. Quando parou ao pé dele o
desafio foi beijar a rapariga de quem gostava.
Ele levantou-se e todos
esperavam que fosse beijar a Maria Luísa, inclusive a própria e a minha tia,
mas eis que ele veio beijá-la a ela.
Nessa altura, o meu tio
que sem que nos tivéssemos apercebido estava a ouvir-nos, veio beijar a minha
tia, dizendo “ela continua a ser a mais bonita de todas”. A minha tia afastou-o,
mas os seus olhos brilhavam, e eu sabia que depois daquele primeiro beijo
muitos outros se seguiram, queridos e esperados.
E esse beijo encantada aparece quando e onde menos se espera.
ResponderEliminarBeijinhos
tinha que ser um beijo inesperado :)
Eliminarum beijinho
história bonita, claro, mas a tampa do tacho arrepiou-me
ResponderEliminarpois...também me está a parecer que não era bem tampa mas outra coisa qualquer :) obrigada
EliminarMinha querida amiga...
ResponderEliminarEssas brincadeiras de Verdade ou Consequência dos nossos tempos de adolescência nos trazem muitas revelações.
Tu ao abrir essa "Caixa de Pandora" da vida enamorada da tua tia, me fez lembrar aqui de tantas outras que vivenciei também, de amigos e parentes.
Beijos!
Até breve!!!
gosto de histórias de romance reais e inventadas :)
Eliminarum beijinho
Uma história ternurenta!
ResponderEliminarAbraço
eu queria que o fosse :)
Eliminarum abraço
Uma história bonita para recordar. Infelizmente hoje em dia as brincadeiras já não são bem assim...
ResponderEliminar(foi inventada para o desafio) espero que continuem a acontecer histórias diferentes mas parecidas
EliminarTao bom, mas tão bom! Aqueceu-me o coração!
ResponderEliminarE a mim aqueceu-me o coração este comentário, obrigada :)
EliminarO Amor aparece quando menos se espera, em geral quando dizemos que já não queremos ou não pensamos nisso. Em geral aparece quando estamos bem, quando acabamos por estar a "mostrar" o melhor de nós.
ResponderEliminarNa falta de um amor, a família e os amigos, ninguém deve permanecer sozinho a tempo inteiro.
Quanto à história/texto... uma delicia de tão terna, de tão bonita que é.
Bom fim-de-semana
muito obrigada :)
ResponderEliminaruma boa semana!
Entendo-te.
ResponderEliminarEu quando vejo esse brilho no olhar entre um casal acho lindo e tudo faz sentido. Não sinto inveja. COMO se pode sentir algo tão negativo perante algo tão belo? Lembro-me sempre de ver os olhos do meu avô com esse brilho ao falar de quando conheceu a minha avó. Mais de 80 anos de idade, tantos de união e o brilho ainda estava lá. Eu vi. Acho que os filhos nunca viram.