sexta-feira, julho 12, 2019

Post 7137 - Desafio de Escrita 9/10 Esperança


“Quando for capaz, quero compensar-te”
Não me disse como. Sabíamos porque é que era não era capaz.
Queria creditar que o faria e não era preciso.
Mais tarde percebi que na minha pressa e medo, não ouvia.

Quem me ama, adivinha-me.
Lê em mim com claridade, sabe a tradução dos meus silêncios.

A cada dia que passa, sei menos.
Seria fácil derrubar-me.
Finjo que resisto enquanto me desintegro.
Como posso continuar a ser eu, quando morre quem me conhece?

Não eram precisas palavras, nas que trocávamos havia outros sentidos.
Não poderia abdicar dele porque se tornou parte de mim.
Não cabia em mim uma despedida.

Sei agora o que não ouvi.
Quando for capaz, quero partir.
Se morrer fosse como dormir.
Agora adormecia.



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