Chovia imenso na tarde em
que lhe comunicaram o resultado do exame.
Quando saiu para a rua,
entre o consultório e o parque onde deixara o carro, não se lembrou de abrir o
guarda-chuva e deixou de ouvir ou ver o que se passava em seu redor. Apenas ao
entrar no parque, o som dos seus passos se impôs para que o tempo voltasse a
correr, quase como antes.
Uma pessoa comum, que aparentemente
poderia ser qualquer um de nós, é confrontada com uma doença grave, tão grave que
pode comportar uma sentença de morte.
Se até àquela data
poderia concordar com a forma como alguns a definiam, como sendo determinada e
desprendida, nessa altura sente-se mais do que só, perdida.
Antes de decidir ser iá
ou não submeter-se a tratamento, permitir-se a esperança e enfrentar a dor,
resolve fazer uma viagem.
Será uma viagem para
procura de um sentido. O que fica de nós, o que ficará de si.
E uma viagem pelo seu
passado, através da ida a locais antes familiares e do reencontro com pessoas
que lhe foram próximas.
Irá confirmar o que já
sabia sobre como podemos relembrar eventos de forma tão distinta que se tornam
irreconhecíveis, mas ser também surpreendida por segredos de que nem
suspeitava.
O que encontra nesta
viagem ajudá-la-á a tomar depois uma decisão.
Gostei de ler.
ResponderEliminarAbraço e uma boa semana