A
chuva tamborilava sobre o carro parado.
Ele
permanecia no interior em silêncio, escutando apenas enquanto esperava que os
elementos da polícia científica terminassem. Já tinham levado o corpo para a
morgue. O jornalista Paulo de Sarto não iria ter mais nenhum grande furo como
os que tinham tornado famoso.
Queria
olhar mais uma vez para o local. O que o teria trazido ali? Uma encruzilhada
sem casas ou lojas, apenas árvores e lama. O carro do jornalista estacionado na
berma, à frente do seu e da carrinha da Polícia. A chuva tinha lavado quaisquer
traços de outros veículos que por ali pudessem ter passado.
Os
técnicos regressaram à carrinha, e um deles fez-lhe sinal de que tinham
terminado. Saiu do seu carro devagar e avançou. Atrás de si escutou o motor da
carrinha na manobra de inversão de marcha e depois a afastar-se. Aproximou-se
do sítio. Somente os ramos quebrados indicavam onde tinha estado o cadáver,
localizado através do GPS no telemóvel. Sobre o corpo, protegido por um
plástico tinha um bilhete onde se lia “Estrada de Damasco”. Uma mensagem do seu
assassino?
Nos
dias seguintes iriam descobrir o stress em que vivia, as dificuldades
económicas com prestações de alimentos aos filhos de dois casamentos, as
discussões com as ex-mulheres. Nenhuma ligação actual. Vivia sozinho num
apartamento hipotecado que herdara dos pais.
O subcomissário
saiu-se com a ideia do suicídio e que teria deixado o bilhete para anunciar a
revelação da inutilidade da sua vida.
Ele
resolveu investigar mais. Com o vencimento dele, estranhava a sua situação
económica. Conversou com o Procurador, e conseguiu o acesso a extractos das
suas contas. Havia muitas transferências para uma Madalena Oásis, secretária do
Ministro Deserto.
Notificou-a
para comparecer e tratou de ser ele a inquiri-la. Primeiro não queria falar.
Ele advertiu-a de que estava obrigada a responder e com verdade, se não,
estaria a incorrer na prática de um crime. Surpreendeu-o quando ela desabou em
soluços, com se uma barragem tivesse rebentado, “fui eu, fui eu, mas não
queria, ele forçou-me”. Acabou por contar a história toda. Com dívidas por
jogar no casino, ela fizera-lhe crer que era amante do Ministro para quem
trabalhava. Fora-lhe sacando dinheiro, prometendo-lhe grandes revelações que
não cumpria. Ele pressionava-a. No último encontro discutiram. Ela tinha levado
um revólver. Fugiu depois de ter disparado.
Contudo,
jurou que não tinha sido ela a deixar o bilhete…
olá ;)
ResponderEliminarhummm ... ainda há alhumas coisas a desvendar...
bjnhs
:)
Eliminarum beijinho também
Muito bom Gabi.
ResponderEliminarGosto cada dia mais do que escreve, Já pensou em compilar todos os seus seus textos e publicar um livro?
Um abraço
muito obrigada pelo apoio Elvira...antes de pensar num livro e se algum dia pensar, tenho de aprender com a Elvira e conseguir escrever textos maiores
Eliminarum abraço e obrigada
Fantástico texto. Dou razão à Elvira. :))
ResponderEliminarHoje, do Gil, que por motoivos porfissionais não pode visitar os blogues amigos:
Coração em labaredas vulcânicas.
Bjos
Votos de uma bos Terça-Feira
muito obrigada :)
Eliminarum beijinho
Ora, isto está muito bom, Gábi, e não o digo só para ser simpática, digo-o porque se lê de um só fôlego e com vontade de ler um pouco mais. Muito bem.
ResponderEliminarBeijinho e é continuar a escrever, se for desta forma não tarda temos livro :)
muito obrigada Maria Madeira
Eliminar- como escrevi em cima antes de pensar num livro tenho de conseguir primeiro escrever como a Elvira - eu só escrevo mini-textos
um beijinho e obrigada
Adorei o que li. Fiquei interessada em saber como participar desse desafio? Em qual blogue foi publicado? Não vi o link! Podes me informar? bjs, chica
ResponderEliminarJá fui aí responder, mas vou deixar também aqui os links para os dois desafios em que estou a participar, as Olimpíadas de Escrita e o Campeonato de Escrita:
Eliminarhttp://olimpiadasdeescritacriativa.blogspot.pt
http://campeonatoescritacriativa.blogspot.com/
um beijinho e uma boa noite
Essa imaginação não conhece limites.
ResponderEliminarChapeau!!!
Beijinhos
muito obrigada Pedro
Eliminarum beijinho
devias aventurar-te num policial.
ResponderEliminartemos poucos escritores :)
de onde estou parece-me que seria muito difícil conseguir manter o suspense mesmo numa novela, quanto mais num policial :)
Eliminarum beijinho Laura