Eu
sou (era?) uma rapariga de sinais.
Após
vários tristes encontros com príncipes que afinal eram sapos, fui-me
apercebendo da sua importância, sobretudo os que surgem no início das relações
e ignoramos, para só mais tarde - quando deu para o torto - nos lembramos. Temos
de ser radicais e assertivas! Se não dá, não dá!
Então
conheci o André. Achei-o giro e pensei que era recíproco.
Dei-lhe
o meu número e fiquei convencida que iria ligar-me no dia seguinte.
Não
ligou.
Pensei,
“talvez estivesse ocupado” - queria
enganar-me, não atender ao sinal – “amanhã liga”.
Não
ligou.
Decidi:
estava arrumado. Iria esquecer-me dele.
Mas
uma semana depois quando ligou, lembrava-me.
Talvez
fosse verdade e tivesse mesmo perdido o meu número (mas não o tinha registado no telemóvel? Talvez o telemóvel estivesse
meio avariado… ).
Marcámos
um encontro para aquele dia.
Planeei
chegar cinco minutos atrasada. Se ele já lá estivesse, seria um sinal que
poderíamos ter uma hipótese. E se me trouxesse flores poderia ser a minha alma
gémea, o meu verdadeiro e único amor.
Quando
cheguei, três, quase quatro minutos, atrasada, ele não estava.
Talvez
tivesse perdido o autocarro, ou talvez se tivesse enganado no caminho. Eu poderia
aguardar dez minutos, mas nem mais um!
Esperei
meia-hora.
Nada
de André. Nem me ligou e o seu telemóvel aparecia como desligado.
Desisti.
Insultei-o mentalmente e resolvi ir para casa, passando pela Sorvetaria perto
para consolo e recuperação.
Andei
um quarteirão e vi um aglomerado de pessoas ao lado de uma ambulância.
Faltou-me o chão. Aproximei-me devagar. Ouvi os comentários à minha volta,
“coitado do rapaz, parecia tão feliz”, “se não tivesse ido à florista já não
apanharia com aquele carro em cima”, “hoje em dia andam todos malucos com a
velocidade”.
Não
queria que fosse ele, mas era.
A vida tem destas coisas. Gosto dos finais abertos. Que nos levam para uma sucessão de possibilidades.
ResponderEliminarAbraço
Também gosto...excepto em alguns casos em que prefiro finais felizes bem explícitos :)
Eliminarum beijinho
Um bom conto. Pobrezinha da moça...
ResponderEliminarBem, mais pobrezinho dele...
Eliminarobrigada Marizei :)
um beijinho
muito bom, estou a gostar cada vez mais da tua escrita :)
ResponderEliminarFiquei feliz por saber, Margarida :)
Eliminarobrigada
De lamentar a falta de sorte do André!
ResponderEliminarGostei de ler.
Beijinho imenso querida.
Pode ser que ele escape, Adélia :)
Eliminarobrigada
e um beijinho imenso também
Um conto de certo modo optimista uma vez que ele ia aparecer ao encontro mas depois...correu tudo mal :(((
ResponderEliminarBjs
E como escrevi em cima Papoila, pode ser que ele escape, espero que sim :)
Eliminarobrigada e um beijinho
És imparável neste tipo de desafios.
ResponderEliminarContaste uma história de um modo que gostei muito, pois a tua narrativa é bem elaborada e bastante apelativa.
Gábi, um bom fim de semana.
Beijo.
Muito obrigada Jaime Portela - hoje vou saber a pontuação que obtive com este mini-conto, mas com comentários aqui já fiquei contente :)
Eliminarum beijinho, obrigada e uma boa semana
Que fim infeliz
ResponderEliminarTalvez fosse mesmo assim um sapo ,porque durante a primavera para chegar ao lago há muitos sapos ,ao atravessar uma estrada intensa que perderão a vida .
Abraço
Abraço
Essa comparação com os sapos a atravessar a estrada está bem interessante, Alfacinha...pode ser que o fim não seja infeliz, que ele só tenha ficado um bocadinho ferido e os dois acabem juntos e felizes, ou ele acabe feliz com a enfermeira que irá conhecer no hospital :)
Eliminarum beijinho
O fim é triste, mas mesmo assim gostei. Parabéns
ResponderEliminarMuito obrigada Carlos Barbosa de Oliveira
Eliminar... o fim ainda está um bocadinho em aberto e poderá não ser triste (eu gosto sempre de finais felizes)
um beijinho
Adorei o conto, pena ter um final triste.
ResponderEliminarTantas vezes nas ausências especulamos e afinal tudo sai ao contrário do que pensamos.
Beijos Gábi
O fim ainda pode mudar Manu :)
Eliminarmuito obrigada e um beijinho
Muito bom. A antecâmara duma grande história ou de eventuais grandes histórias! Que assim seja, na medida do desejado.
ResponderEliminarExcelente resto de fim-de-semana
Muito obrigada Victor Barão :)
Eliminaruma excelente semana, obrigada e um beijinho
E casou não não com André?
ResponderEliminarBem, se ele tiver sobrevivido ao atropelamento pode vir a casar com ela, ou casar com a enfermeira :)
Eliminarum beijinho
Queira Deus, que o André escape!...
ResponderEliminarAdorei a construção do texto, Gábi!
Beijinhos!
Ana
Adorei este conto, excelente inspiração e originalidade!
ResponderEliminarUm beijinho