Foi para a cama com
uma dor que lhe subia pelo braço.
Acordou a sentir-se
estranho e saiu sem tomar o pequeno-almoço.
Mal tinha saído quando
encontrou o seu amigo Luís. Não o via há anos e até tinha pensado que tinha
morrido. Ele veio ter consigo, à vontade, como se estivessem estado juntos no
dia anterior, e anunciou-lhe que estava atrasado para o leilão. Apesar de não
saber do que falava, seguiu-o por ruas estreitas, até um velho prédio. Subiram
as escadas de degraus de madeira inclinados e cobertos por uma tapeçaria
antiga, vermelho desbotado. Entraram num salão interior, onde estavam sentados dois
homens e três mulheres de idade, vestidos de escuro. O Luís disse-lhe para se
sentar.
Por outra porta
lateral entrou o leiloeiro. Era alto e magro, e deu de imediato início aos
lances.
Inadvertidamente levou
a mão ao rosto para abafar um espirro e apercebeu-se que sem querer tinha
licitado uma obra. Não sabia qual, mas sabia que não tinha como a pagar e quase
entrou em pânico.
Um homem ao seu lado
reparou e assumiu a licitação. Quis agradecer-lhe e ele pareceu-lhe familiar.
Lembrava-lhe o seu pai, ou melhor, a si mesmo, só que mais velho.
O seu eu de mais idade
virou-se então para ele e disse‑lhe: “É a tua alma que está em jogo e pela
forma como viveres a tua vida é que poderás ou não ter o valor para não a
perderes.”
Acordou em sobressalto
no seu quarto, ainda com o aperto no peito, rodeado por paramédicos chamados
pela mulher.
Durante algum tempo
pensou se teria tido alguma experiência de pós-morte, se seria um aviso. Teve
cuidado com a saúde e com a forma como agia com os outros.
Depois voltou a agir
como antes e até a preocupação se foi.
Bom dia!!!
ResponderEliminarE que situação!!!!
Adorei o texto!
bjs
Ritinha
Bom dia, gostei.
ResponderEliminarBeijo e tem um excelente dia
Obrigada Ritinha :)
ResponderEliminarum beijinho
Obrigada Cristina Sousa :)
um beijinho e um excelente dia (agora quase no final, mas de novo amanhã) também
É mesmo assim Gábi!
ResponderEliminarEste teu texto fez-me lembrar o ditado "Só nos lembramos de Santa Bárbara quando chove?"
Assim que o susto passou voltou tudo ao normal :)
Um beijinho
Fê
Comigo só não é assim quando o susto é muito grande :)
Eliminarum beijinho
Foi e foi muito bem...escrito, é que foi! :)
ResponderEliminarGostei deste texto, Gábi.
Se a preocupação se foi, pois que tenha ido e não volte.
Há sustos que não deixam sequelas! Mas a amiga Fê tem razão!
Beijinhos para ambas.
Obrigada Janita :)
Eliminarum beijinho
Pois tudo passa até ao próximo susto :)
ResponderEliminarJá me aconteceu :)
Eliminarum beijinho
Pelos vistos o susto não surtiu grande efeito :)
ResponderEliminarPelos vistos, não :)
ResponderEliminar