Inscrevi-me num novo desafio de escrita e o primeiro texto é muito importante, antes de o enviar, preciso de críticas construtivas, mesmo que seja - destruí-lo e começar de novo (e tenho um limite no número de palavras):
O Bilhete
Estava à procura das chaves do carro na
carteira quando o viu, um pedaço de papel amarelado. Pegou nele e leu o que tinha
escrito: “Quando abrires os olhos verás”.
Não teve dúvidas que seria a Isménia, a
sua autora. Tinha-a visto na confeitaria de onde acabara de sair. Ultimamente cortava
rente todas as conversas daquela intriguista. Por isso deduziu que seria uma vingança.
De certeza que o tinha escrito para a incomodar, como se algo na sua vida não
fosse como devia ser. Tudo certo como Deus manda e transparente.
O seu marido,
Raul, um santo, ficara em casa adoentado, mas insistira em que não faltasse ao
clube de leitura: “eu fico bem filhinha, sei como gostas de ir”. Imaginou-o em
casa sozinho e de imediato decidiu. Ia era levar-lhe os bolos que tinha
comprado para o clube, fazia-lhe um chá, contava-lhe do bilhete, rir-se-iam do
ocorrido, e não teria mais importância.
Dito e feito, já no carro, inverteu a
direcção e foi para a casa. Estacionou perto da entrada e não pôde deixar de
reparar que mais à frente, estava o carro vermelho da Luísa da farmácia, um
pouco escondido sob a sombra do velho plátano. Era uma mulher vistosa na qual
os homens reparavam, sobretudo depois de se ter separado do marido.
Era capaz de jurar que tinha fechado no
trinco o portão, agora entreaberto.
Abriu a porta, entrou no hall a meia-luz
e ouviu o som de uma respiração arfante.
Nessa altura, pareceu-lhe que o coração lhe
parava no peito.
O barulho parecia vir do seu quarto e
foi para lá que de seguida se dirigiu.
Viu primeiro a Luísa, com uma bata curta
e atrás dela, encostado na cama o marido, em inalações para a constipação.
Voltou a respirar, o seu Raul era um
santo.
Está bem escrito mas falta-lhe algo, talvez a assinatura da Gábi, aquela maneira de escrever artística que nos faz pensar em muito mais do que aquilo que está em jogo. A vida é injusta e a escrita muitas vezes deve ser cruel para nos tirar da zona de conforto. Resumindo gostei mas penso que consegues fazer melhor.
ResponderEliminarBeijinho do David (Ouvi a tua entrevista logo a seguir a ser publicada e gostei muito da tua voz, vais-te rir um bocado mas avalio sempre as pessoas pela voz)
Achei curioso, engraçado.
ResponderEliminarMas a Gábi já fez melhor e é capaz de fazer melhor.
Beijinhos, boa semana
Eu achei divertido. Interessante. Mas, a primeira parte do texto é dura, demasiado formal. Achho que se nota perfeitamente o momento em que te libertas da preocupação excessiva com a forma e deixas fluir a história . lê em voz alta ou pede a alguém que o faça para ti, vais perceber.
ResponderEliminarBom trabalho!
Ó menina
Olá
ResponderEliminarengraçado.
mas acho que falta algo.
uns retoques talvez ...
beijinhos
Gábi, em traços gerais, a ideia é boa. Merece ser desenvolvida. Ponha mais alma na história :)
ResponderEliminarUm beijinho
ResponderEliminarFoi a primeira vez que li um conto que achei interessante, e criou suspense no final.
Eu gostei.
Mas perante os comentários que li, de a Gábi fazer melhor, força.
Beijinho
Muito obrigada David por teres lido e pela crítica - vou tentar melhorar este ou escrever um novo, obrigada :) e também por teres ouvido a minha entrevista, não sei se avalio as pessoas pela voz, algo a pensar sem dúvida, o que é que reparo primeiro, o que é que me impressiona, talvez a voz seja sem dúvida importante e sei que vou gostar da tua.
ResponderEliminarum beijinho
Gábi
Vou tentar fazer melhor, Pedro :)
obrigada por teres lido e pelas palavras :)
um beijinho, obrigada e uma boa semana também
Vou experimentar ler em voz alta (mais daqui a bocadinho quando estiver sozinha :)
obrigada pela crítica e pela ideia, Ó Menina
um beijinho
É isso mesmo que queria ouvir, Marizei, críticas objectivas antes de o enviar - o meu prazo só termina na quarta-feira, por isso tenho algum tempo para tentar melhorar.
Obrigada e um beijinho
Então, vou dar ainda uma oportunidade a esta ideia, antes de pensar noutra, Miss Smile,
muito obrigada :)
um beijinho
Muito obrigada Cantinhodacasa, pela crítica e pelo incentivo :)
um beijinho