Cerrou-se a cortina e irromperam
os aplausos.
Era a altura de virem agradecer,
e uma menina da companhia aguardava já preparada com o ramo de rosas para
ofertar à primeira bailarina.
Alexandre pensou primeiro que
Tatiana estaria a brincar porque não se mexia. Ficara imóvel depois do salto
para o lago, na realidade, para um colchão, longe do olhar do público.
Alexandre seguira-a no salto e ficara a escutar a música, quase conseguindo ver
os passos que se seguiam: a morte do mago e a libertação de cisnes das
restantes jovens enfeitiçadas, na iluminação rosa do amanhecer.
Apenas quando tudo terminou é que
olhou melhor para ela, viu que continuava na mesma posição ao invés de como de
costume se preparar para acolher o seu público, e receou que pudesse ter desmaiado.
Tocou-lhe e sentiu-a estranhamente molhada. Acenderam as luzes e notou ao mesmo
tempo o sangue na sua mão e no tule do vestido branco. À sua volta também os
demais repararam e rodearam-nos. Um pequeno círculo no peito indicava que tinha
sido baleada e já não parecia respirar. Não conseguiam localizar Rothbart, o agente
da secreta, porque entusiasmado com a maquilhadora Odile se tinha perdido com
ela num dos camarins.
Lá fora a ovação aumentava e o
Director teve de dirigiu-se ao palco para anunciar que Tatiana Lazla não se
estava a sentir bem e por isso não viria despedir-se e corresponder.
Chamaram uma ambulância e a
polícia. Os médicos constataram a sua morte. Os agentes policiais, chegaram ao
teatro pouco depois e verificaram que uma parte dos espectadores tinha já saído.
Encerraram as portas, mas era demasiado tarde, não conseguiram descobrir a
arma, nem nada de suspeito.
Para o mundo inteiro, Tatiana
Lazla tinha morrido, vítima do crime perfeito, presenciado por centenas de
testemunhas que a viram cair, mas acreditaram que fazia parte da coreografia.
O seu homicídio permaneceria para
sempre um mistério, e ficariam sem resposta as questões sobre quem a tinha
morto e a razão porque o tinha feito.
Para todos? Talvez não.
Como Alexandre viria a saber
muitos anos depois, Tatiana, amante do secretário do Ministro da Defesa,
Siegfried Odette, tinha estado a facultar informações à CIA até levantar suspeitas.
Com a missão e identidade comprometidas, apenas a simulação da sua morte a
poderia salvar e aos seus poucos familiares.
Não dançou mais em público, mas
viveu o resto da sua vida em liberdade.
Um enredo digno da Dama do crime, a grande Agatha Christie!
ResponderEliminarFormidável, Gábi!!
( 1ª tentativa, porquê? )
Beijinhos.
Obrigada Janita :)
ResponderEliminar1ª tentativa porque se trata de um desafio em que também conta ser original e a minha história parece meio descolada de um filme antigo...
um beijinho
Parece me bem esta versão
ResponderEliminarBeijinho
Obrigada Marizei, escolhi esta versão também :)
ResponderEliminarum beijinho