Noite fechada e húmida.
Lá fora a bruma escondia as árvores e a pequena cabana isolada. Lá dentro, um pequeno fogo dançava na lareira, pouco iluminando o pote e sobre ele os rostos das três mulheres velhas que o rodeavam. Era a mais velha que cozinhava. Soletrava com voz grave cada ingrediente: "Pêlo de gato, sangue de dragão, pó de sapo", que de seguida atirava para a panela. As outras duas seguiam atentamente cada palavra e cada gesto. Juntos todos os elementos, deram as mãos e repetiram numa só voz: "Calabrius, Petalis, Dedalus", uma, duas, três vezes, quando um estrondoso clarão bruscamente interrompeu o último som que saía das suas gargantas.
O pote virou-se sobre o chão, apagando o fogo e deixando que a escuridão de fora se apoderasse também da casa.
Passaram alguns minutos até que a mais velha acendeu uma vela. No chão, ao lado do pote, jazia agora uma jovem profundamente adormecida.
Muito bom. É do género das histórias que ANTIGAMENTE se contavam à noite, à lareira, e nos faziam tremer de medo, e sonhar...
ResponderEliminarVoltei a reviver esse tempo.
És tal qual a minha avózinha, que deus tenha:)
Um beijinho
:) Gostei muito da comparação :)
ResponderEliminarum beijinho e bom fim-de-semana
Gostei muito também!
ResponderEliminarUma história à moda antiga...
Ah! E vou usar os ingredientes e o modus faciendi, para ver se também eu consigo obter uma donzela adormecida, no chão da minha cozinha...
Beijinho.
Não sei, mas desconfio que é capaz de não resultar :)
ResponderEliminarum beijinho
Gábi
muito bom...
ResponderEliminaraposto que eras tu!
gostei mesmo, gabi.
apesar da "feitiçaria", um texto sereno (como tu).
um beijo
Obrigada :)
ResponderEliminarum beijinho