sábado, novembro 02, 2024

Sábado, 2.11.24

Venon, a Ùltima Dança, de Kelly Marcel, com Tom Hardy

E nós aguentámos até ao fim, quando praticamente todos abandonavam a sala, suportamos que passassem todos os nomes dos que de alguma forma intervieram na feitura do filme, e quando temiamos que tivesse sido em vão, eis que nas últimas cenas nos surge o barman, um vidrinho partido e uma barata...

VENOM A ULTIMA DANCA

sexta-feira, novembro 01, 2024

Os dois contos que enviei para tentar participar em Colectânea de Natal

Noite de Natal

 

Era noite de Natal, mas só a certa altura é que de tal se apercebeu, estranhando ainda assim tal esquecimento, não porque para si fosse um evento especial – há muito que não o era – mas porque lhe restava ainda o orgulho da ordem que mantinha na sua vida e pensamentos, tudo bem organizado, para evitar surpresas que não adviessem de situações absolutamente imprevisíveis.

Embora por outro lado notasse como o tempo passava cada vez mais depressa, como se semanas passassem em dias, e já era Outono, quando mal se lembrava de estar a começar o Verão, e entretanto, viera o Inverno, e era Natal.

Desconcertante também reflectir sobre o seu passado e vida. Vivera para o trabalho, fora casado, mas não tinham tido filhos e a mulher cansada de estar só, deixara-o a tempo de começar uma nova vida com outro. Quase não notara a sua ausência, como não vivia a sua presença. Com a reforma tivera tempo para organizar os seus papéis, mas para quem antes era tão activo, via-se sem energia para o que se propusera fazer.

E porque estava introspectivo ou porque queria de alguma forma assinalar aquela noite, decidiu ir procurar fotografias antigas. Tinha-as guardadas numa caixa no guarda-fatos do quarto de visitas, que nunca chegara a ser usado. Nesse quarto enfiara a mobília antiga, herdada de uma tia, a contrastar com o resto da casa, de linhas modernas e práticas. Não ligou a luz quando entrou, bastava-lhe a luz do hall, mas foi então que ao olhar para o enorme espelho da porta, lhe pareceu mole e liquido, ao invés da superfície dura e fria, normal para qualquer espelho ou vidro. Sem pensar ergueu o braço direito na sua direção e os seus dedos não encontraram resistência…

Podia ter recuado, saído do quarto, fechado a porta, esquecido o que se passara, convencer-se que estava meio a dormir ou tivera uma quebra de pressão, não voltar mais ali.

Contrariamente ao que sempre fizera, pensar e planear, antecipar e prever o que seriam problemas para desatar os nós e evitar que sequer surgissem, avançou pelo espelho e saiu do outro lado.

Caiu ao chão, viu o joelho esmurrado e não ligou. Havia ali luz, calor e grande confusão de sons. O primo Rui (morrera em criança há tantos anos) olhava-o curioso. Levantou-se e viu-se da altura dele. Aos sete anos tinham ido passar a noite de Natal a casa daquela tia. Ele e o primo tinham ido procurar presentes escondidos no quarto dos tios, mas não encontraram nada. Voltara a essa noite e os pais deviam estar lá em baixo. Olhou para o espelho atrás dele. Poderia atravessar de novo para a sua vida previsível e vazia, mas não queria. E se fosse para esquecer tudo o que vivera depois, como se nem sonhos fossem, talvez pudesse seguir outros caminhos, que não fossem seguros, mas de afectos, e naquela noite, mais do que qualquer prenda que fora procurar com o primo, só queria ir abraçar os pais. E foi. 



Dia de Natal

 

Sempre se tinha querido sentir útil, ainda mais ao ver a filha tão atarefada, com casa, trabalho, o marido e os miúdos. Era com alegria que fazia compras, pequenas limpezas, porque já não tinha muita força, ou cozinhava para eles. Contudo, fora-se apercebendo de como os seus pequenos esquecimentos pioravam. Saia de casa para uma compra e não se lembrava do que ia comprar ou até de onde estava. Esquecera uma panela no fogão, queimara-se o arroz e o fundo da panela ficara todo preto. Não percebia como nem sequer sentira o cheiro e por sorte não houve nenhum incêndio.

Em vez de uma ajuda, tornara-se um peso.

Foi sua a decisão de ir para o Lar. Não ficava muito longe, daria para pagar o custo com a sua pensão. Custara-lhe, no entanto, quando se vira lá sozinha, sem eles, a sua família, rodeada por estranhos que às vezes falavam para ela como se fosse uma criança e outras com impaciência.

Começara então a ter sonhos diferentes, logo ela que raramente sonhava. E nem pareciam sonhos. Via-se como uma criança pequena, mas estranhamente calada. Cada noite quando adormecia retomava o sonho de onde o deixara. Já reconhecia o quarto, a casa, os pais. Via-os tristes. Falavam para ela, mas era como se não os ouvisse, nem conseguisse olhar para eles. Pressentiu que a menina sofria de autismo severo.

Uma noite, que era também de Natal, o sonho foi diferente. Alguém lhe dizia que podia escolher. Aquela criança também era ela, e podia sê-lo ainda mais, mas teria de esquecer o que fora até então.

Tivera uma boa vida, trabalhara muito, mas criara uma família, vivera bons momentos, amara e fora amada. Mas ali parecia que só estava para esperar a morte. Decidiu partir.

No dia que nascia, não ouviu o choro da filha ao chegar ao Lar e ver que a mãe já não a reconhecia, mas nesse dia, quando despertou, conseguiu olhar e ver os pais e ouvir o que diziam. A nova mãe, que tinha olhos tão lindos, como ainda recordava que eram os da sua outra mãe, apercebeu-me que a filha a via. Com algum esforço porque quase tudo esquecia, recordou a palavra e conseguiu dizer “mama” e ouviu que os novos pais choravam de alegria com o seu milagre do dia de Natal.

quinta-feira, outubro 31, 2024

quarta-feira, outubro 30, 2024

domingo, outubro 27, 2024

Domingo 27.10.24

 Almoço na Foz com P. P e R. e sol.

sábado, outubro 26, 2024

Sábado, 26.10.24

 Amanhã muda a hora.

Não me importo de dormir mais de manhã e de haver luz quando saio de casa, mas não gosto nada que escureça mais cedo, nem de ter de conduzir no regresso de cidade de trabalho quando já parece ser de noite.

sexta-feira, outubro 25, 2024

Sexta-feira, 25.10.24

 Sobre o doodle com as fases da lua, foi a minha irmã mais velha que me ensinou sobre elas. Entravamos bem cedo de manhã no Colégio, eu para o 1º ano, ela para o 4º e contou-me sobre a Lua ser mentirosa, ir diminuir quando parecia um C de crescer e ir crescer quando parecia um D de diminuir.

quarta-feira, outubro 23, 2024

Livros - divulgação

 Poderão estar a chegar novos livros da Editora Guerra e Paz às Tabacarias

terça-feira, outubro 22, 2024

Terça-feira, 22.10.24

 O barulho que os carros electricos fazem parece o das naves espaciais dos filmes de ficção científica.

segunda-feira, outubro 21, 2024

Segunda-feira, 21.10.24

Além de colega que já estava a substituir, será preciso substituir uma outra colega. Próximos tempos não se anunciam fáceis.


domingo, outubro 20, 2024

Joker: Loucura a Dois

Joker: Loucura a Dois, de Todd Phillips, com Joaquin Phoenix e Lady Gaga

Grandes interpretações, mas tão triste...e por isso não gostei

JOKER LOUCURA A DOIS

sábado, outubro 19, 2024

Sábado, 19.10.24

 E continuando aparentemente a ser um dia cinzento e bem vazio, quando sai para comprar pão, vi-me de repente a achar beleza no que poderia passar-me despercebido, primeiro o som de gaivotas até bem estridente, de seguida, mais à frente, pássaros não identificados, mas não eram gaivotas, talvez a decidirem hibernar,  tapetes de folhas coloridas no chão, pessoas isoladas a passearem cães muito pequenos ou muito grandes e a hera a crescer numa casa com muitos anos, mas ainda habitada.

sexta-feira, outubro 18, 2024

quinta-feira, outubro 17, 2024

Divulgação - Aniversário da Livraria Chá de Tilia no Porto

Para celebrarem o 2º Aniversário, neste Domingo, pelas 16.00 horas, na Rua Coutinho de Azevedo, 317, haverá música e livros.

quarta-feira, outubro 16, 2024

O dia mais bonito da minha vida - Livros 2024 (30)

 O dia mais bonito da minha vida

que podemos ler AQUI

Béatrice RuAié Lacas Le plus beau jour de ma vie Albussac, Utopique, 2016 (Tradução e adaptação) 

terça-feira, outubro 15, 2024

Para lembrar

 Maria José da Silveira Machado 9.5.1942/Agosto de 2024



segunda-feira, outubro 14, 2024

Sexta-feira, 11.10.24

 


Desapareceu no dia 11/10, na zona da Praça Velasquez, Antas, Porto
Se alguém a vir poderia dizer-me num comentário?

Desde que era criança tivemos cães, o Fiel, que veio de um Lavrador e terá sido criado para ser feroz. Deixava a minha irmã mais nova varrer-lhe a casota e adorava a nossa mãe. Mas um dia uma jovem que vinha procurar trabalho cometeu o erro de abrir o portão e entrar em direção à nossa casa. O Fiel estava preso, mas soltou-se e atacou-a, só parou porque a minha mãe se meteu à frente. Depois disso não pudemos mais ficar com ele.
Depois tivemos o Wolf, um pastor alemão que veio para nossa casa pequenino e se tornou enorme. Não tinha medo de ninguém e gostava de todos. Se por acaso algum ladrão pensasse em assaltar-nos, ele iria saudá-lo e fazer-lhe uma festa, porque era assim. Alguém mau, deu-lhe comida com vidro moído e morreu-nos.
Já quando morávamos no Porto tivemos o Tuiqui. Também um pastor alemão, em pequenino ao assustar-se com algo começou logo a ladrar. Gostava de nós, não gostava de estranhos e só comia a comida que a nossa mãe lhe dava. Morreu com a idade avançada para um cão, que não o é de todo, mas por estar doente.
Há algum tempo começamos a dar comida aos gatinhos que andam pela rua e um deles, a Petinha, talvez nos tenha adoptado. Começou a entrar na nossa casa, curiosa e a confiar em nós pouco a pouco. Não sabia que um gatinho podia ter tantos miares diferentes, de saudação, de reclamação, de ansiedade por ver algum petisco que queria. No início chegou a "furtar" uma embalagem de presunto e os restos de um frango assado. Apercebi-me do que fazia - levou aqueles tesouros para debaixo de uma cama. Depois acho que compreendeu que não lhe faltaria comida e até ficou mais exigente, a recusar comida humida em mousse, só queria em pedaços. 
Do antes, quando ainda estava na rua, lembro-me dela magrinha, com o rabinho muito fino, mas ousada a atirar-se à comida que lhes era dada, mesmo que que tivesse de a disputar com outros. No depois ficou mais cheínha e com o pêlo muito brilhante. Escolheu uma das minhas irmãs e muitas vezes ia ter com ela e ficava com ela, às vezes pedia festas e ronronava. Entrava e saía por uma janela, mas à noite ficava em casa e escolhia sítios diferentes para dormir. Se eu estava a arranjar carne para o jantar tinha que lhe dizer para sair da cozinha e como ela empurrava a porta que não fecha, colocava um banco para impedir que ela entrasse, mas no final dava-lhe um pedacinho de carne.

sábado, outubro 12, 2024

Sombras do Passado - Prime Video

 Sombras do Passado (Daglicht, 2013) Países Baixos, de Diederik Van Rooijen, com Fedja van Huêt, Angela Schijf, Monique van de Ven, baseado em livro de Marion Pauw, traduzido para o inglês com o título Girl in The Dark

Prime Video: Sombras do passado

quinta-feira, outubro 10, 2024

Prémio Nobel da Literatura 2024 - Han Kang

Sul-coreana Han Kang vence Prémio Nobel da Literatura

Em Portugal tem publicados os livros:

A Vegetarina

O Livro Branco

Atos Humanos

Lições de Grego

No site da Wook:

Han Kang nasceu em Gwangju, na Coreia do Sul. Em 1994 começou a sua carreira de escritora vencendo o primeiro lugar de um concurso literário em Seul. A Vegetariana, o seu primeiro romance publicado pela Dom Quixote, ganhou o Man Booker International Prize em 2016. Atos Humanos venceu o Prémio Manhae na Coreia do Sul e o Prémio Malaparte em Itália. A obra seguinte, O Livro Branco, foi, em 2018, finalista do Man Booker International Prize. Han Kang recebeu ainda os prémios literários Yi Sang, Jovens Criadores, Melhor Romance da Coreia, Hwang Sun-won e Dongri. Foi professora no Departamento de Escrita Criativa do Instituto das Artes de Seul e dedica-se atualmente apenas à escrita. Está publicada em mais de trinta línguas.

Feios - Netflix

 Feios (Uglies) de McG, cm Joey King, Chase Stokes, Laverne Cox

 Feios

quarta-feira, outubro 09, 2024

Terça-feira, 8.10.24 e quarta-feira, 9.10.24

 No ano passado por esta altura - no dia 11.10.23, pelo menos, dia do feriado de primeira cidade de trabalho, estava um dia que parecia de Verão e que deu para estar de vestido e sandálias.

Ontem, chuva e muito, muito, vento, como alguns outros carros, segui a cerca de 80 kms pela auto-estrada.

Hoje, Tempestada Tropical Kirk, vento muito, muito forte, ramos caídos, tombou uma árvore da Praça Velasquez . Fui tão devagar pela autoestrada que um ciclista de competição iria sem dúvida utrapassar-me...se pudesse circular pela autoestrada - qual será a velocidade máxima a que chegam?

segunda-feira, outubro 07, 2024

Segunda-feira, 7.10.24

 Um dia surpreendentemente quase perfeito

Para fixar, o senhor a passear um cãozinho muito parecido com o Spassky, que me desejou tudo de bom, não só nesse dia, mas sempre.

domingo, outubro 06, 2024

Porque gosto de morar no Porto

 Num dia de chuva, um carro empacar no meio de uma rua apertada e em vez de buzinadelas, receber ajuda dos que assistiam e até de pelo menos um condutor de um carro atrás dele, para que o seu carro voltasse a pegar de empurrão.

sábado, outubro 05, 2024

quinta-feira, outubro 03, 2024

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Segunda-feira vou para segunda cidade de trabalho (por estar a acumular por colega que não foi colocada) o resto dos dias para primeira cidade. 

O caminho é coincidente em parte e diverge só a partir de certo ponto. 

Ante-ontem, segunda-feira, na ida de manhã bem cedo, apercebi-me que havia um problema no trânsito, veiculos à frente a abrandarem e a ligarem os quatro-piscas, pouco antes do ponto em que se eu virasse para primeira cidade, onde trânsito fluia e eu a vê-los passar. 

Terça-feira também perto desse ponto, a situação inverteu-se, trânsito flui em direção à segunda cidade, fico parada em fila, para a primeira...:(

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quarta-feira, outubro 02, 2024

Quarta-feira, 2.10.24

 Antes de sair de casa de manhã pensei no que gostaria menos (odeio, odeio!) conduzir com chuva ou com nevoeiro e eis que lá fora apanhei com os dois. Já no regresso, à chuva e nevoeiro veio também juntar-se o vento.

Entretanto pela A32 enquanto ia atravessando as nuvens de nevoeiro, ia ligando as luzes de aviso para que me vissem e desligando para não incomodar quem viesse atrás (muito pouco trânsito, poucos me terão visto) e pensei como seria se por acaso a luz estiver fundida, todo o meu cuidado desperdiçado...