sexta-feira, abril 13, 2018

Post 6638 - Desafio de escrita 9/10 - Carta



Mãe és a melhor mãe do mundo
Desculpa se às vezes não mostro quanto gosto de ti.
Contigo sei que posso ser como sou, posso ser preguiçoso e levantar-me tarde, e deixar para a última hora os trabalhos de casa, posso ser trapalhão e beber leite do pacote, e deixar a roupa e toalhas pelo chão, mas sei que mesmo que ralhes, continuas a gostar de mim.
Tenho tanto orgulho em ti, em como te vestes bem como se fosses uma das minhas professoras, na forma como falas com todos. Perguntam por ti agora, “como está a senhora”, a minha mãe, uma senhora.
Pensava que ias estar sempre aqui.
E agora tenho tanto medo que não seja assim.
Pareces tão frágil e é tão estranho ir visitar-te aí, que não consigo falar-te o que penso, não consigo abraçar-te, e quando te beijo ao chegar e ao sair, parece que nem te sinto.
Mas fico sempre tão feliz quando é para te irmos ver, quando chegamos, corro para o teu quarto e fico tão feliz quando te vejo, fico tão feliz quanto te ouço a chamares-me filho.
E sinto-me tão mal quando saímos e voltamos para casa, sem ti.
A nossa casa não parece a nossa casa. Ficou mais escura e fria. Passámos a falar em voz baixa. Quando ligamos a televisão é só para ver as Notícias e como se o tivéssemos combinado, colocamos sempre o som baixo. Parece errado e proibido o barulho porque lembra animação.
Prometo que se ficares bem, vou ser diferente!
Vou ser diferente, mesmo, mas serei igual em como gosto de ti.
Mãe, tu és tudo.
Não nos deixes, não me deixes, fica bem e volta para casa connosco.


2 comentários:

  1. Gábi, minha amiga, estive para associar um texto à minha última postagem "Dia cinzento", cujo esse texto estava precisamente inspirado na minha mãe. Mas à última hora acabei por me decidir não fazer tal associada partilha, primeiro por que à partida não estava previsto fazê-lo, como seja que só em sequência de determinadas circunstancias durante a edição da foto partilhada, ainda que essas circunstancias nada tivessem que ver com a foto, me foi suscitado escrever e por inerência associar o texto à foto; mas por outro lado, apesar de poder haver concepcionais pontos de contacto entre a foto e o texto, no entanto sendo originalmente independentes de entre si, também temi poder não ser muito adequado fazer dita associação, além de que o meu texto nem de perto, nem de longe é por exemplo tão bom como o presente texto "Carta" da Gábi.

    Que não sei se também pelo momento que estou a atravessar e que como tal me fez escrever o tal texto inspirado na minha mãe, o facto é que este teu texto me tocou particularmente.

    Parabéns e felicidades minha amiga

    Beijo

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  2. muito obrigada pelas palavras Victor Barão (gostaria de ler o teu texto)
    um beijinho

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