quinta-feira, fevereiro 23, 2017

Post 6063 - Livros 2017 (28) Desatino de Jean Cocteau

Desatino de Jean Cocteau
Colecção Miniatura, Livros do Brasil, nº 94
Titulo original: "Le Grand Écart"

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Sobre o livro, no site da babelio, aqui

"Peut-être la mode en est-elle passée mais, naguère, on avait souvent coutume de marquer d'un trait de crayon sur le chambranle des portes les progrès du fils de la maison. Ces repères le montrent poussant comme un arbre qu'il suffit, en somme, de protéger contre la maladie, les cataclysmes et les intempéries pour qu'il arrive heureusement à maturité.
Ceci vaut pour le corps, mais' la croissance de l'âme qui est dedans n'affecte pas une courbe aussi sagement régulière et d'un stade à l'autre, de l'enfance à l'adolescence, il y a des paliers parfois malaisés à escalader. Si Mme Forestier s'emploie toujours avec bonheur à protéger son fils Jacques contre les à-coups de santé; ses soins mêmes le précipiteront au-devant de ceux du coeur en le mettant pensionnaire rue de l'Estrapade chez le professeur Berlin.
Là, son camarade Mahieddine lui fait rencontrer Louise et Germaine, Premières amies, premières' amours : Jacques apporte à ce début dans la vie d'adulte un sérieux de novice où il aurait fallu une légèreté égale à celle de ses partenaires pour accomplir sans dommage le saut nécessaire à qui veut aller d'un bord à l'autre du grand écart entre l'âge d'enfant et l'âge d'homme. C'est dans un style très pur que jean Cocteau raconte cette nouvelle « éducation senti-mentale ».


Sobre o escritor, no site da Wook:

"Jean Maurice Eugene Clement Cocteau nasceu no dia 5 de julho de 1889, numa família abastada de Paris. O seu pai, advogado e pintor amador, suicidou-se quando Jean tinha apenas 9 anos, episódio que o marcou profundamente. 
Apesar de ter sido um aluno medíocre e de não ter terminado o liceu, Cocteau publicou o seu primeiro livro de poemas aos 19 anos, "A Lâmpada de Aladino". 
No ano de 1915, Cocteau conhece Pablo Picasso, de quem se torna amigo e com quem chega a trabalhar, por exemplo, no ballet "Parade", escrito por Cocteau, com cenários de Picasso e produzido pelo mestre russo Diaghilev. 
Jean Cocteau tornou-se um escritor reconhecido, sendo o autor de peças de teatro como "A Voz Humana" (1930), da ópera "Orphée" (1926) e de romances como "Les Enfants Terribles" (1929). A carreira de Cocteau estendeu-se também ao cinema, datando o seu primeiro filme, "O Sangue de um Poeta", da década de 30. Manteve uma vida ativa até 1953, altura em que a doença o obrigou a abrandar o ritmo. Desde esse momento até à sua morte, Cocteau fez experiências e trabalhos em variadas artes gráficas, nomeadamente frescos. Morreu de um ataque cardíaco aos 74 anos de idade, no dia 11 de outubro de 1963, na sua casa de Milly-la-Forêt, depois de saber da morte da sua amiga Edith Piaf."

Escreve de uma forma diferente (fiquei a pensar se alguma da diferença que notei poderá ser da tradução, algo a confirmar pela leitura de outro livro do autor) e conta-nos um pouco da vida de Jacques Forestier em especial no período que está a estudar em Paris e se envolve com Germaine. Na descrição do que sente o personagem com uma overdose de cocaína fiquei a pensar se o autor já o teria experimentado, ou observado ou teria apenas imaginado o que se sente.
Pág. 71
"A quinta era pequena. Germaine tratava por tu as criadas e as vacas. Caminhava mordiscada por uma matilha de cãezitos. Gritava, saltava, despenteava-se.
Almoçaram numa sala onde o lume era uma labareda. Comeram alimentos limpes que se não consomem nunca na cidade. Apenas o queijo, doutamente apodrecido numa folha de videira, formava um vivo contraste com as carnes e os cremes brancos."
Pág. 73
"Germaine esquecera o aspecto das ruas de Paris imediatamente. Esta surpresa prolongou a fuga. Era retomar os seus hábitos, sem tristeza. Os pregões dos vendedores, os magros corredores pedestres arrastando-se atrás dos ciclistas, as crianças batendo os tapetes às janelas, os cavalos que fumegam, lembravam-lhe a infância."
Págs. 152 e 153
"Quando passava pela quarta vez à volta da Bolsa, viu, por detrás das grades, o ex-empregado de Osíris. Jules parecia excepcionalmente alegre. Jogava a barra com os ciclistas da agência Havas.
- Que terra estranha - murmurou Jacques.
Eram os próprios termos de um anjo que visita o mundo e dissimula as asas debaixo de uma cobertura de vidraceiro.
Acrescentou:
- Sob que uniforme esconderei o meu coração tão grande? Aparecerá sempre.
Jacques sentia-se ficar triste. Bem sabia que para viver na terra há que seguir-lhe a moda e que o coração já não se usa."

3 comentários:

  1. Não li o livro.
    Mas nunca é tarde.
    Beijinhos, bfds

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  2. Gostei mais de A Viajante :)
    um beijinho, obrigada e bom fim-de-semana também

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  3. Jean Cocteau, uns dos autores mais encrencados da literatura francesa. Do pouco que li, não gostei e não percebi nada. Excepção feita a "O Livro Branco", que está bem escrito e é compreensível. Tirando esse, todos os outros que me passaram pelas mãos não me deixaram freguês do Cocteau. Prosa tortuosa e aldrabona, incompreensível, a armar ao pingarelho vanguardista. Um verbo de encher sem querer dizer coisa alguma. Talvez os surrealistas tivessem alguma razão em detestá-lo...

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