O leilão
Foi-se deitar com uma dor esquisita que lhe subia
pelo braço. Acordou a sentir-se estranho e saiu sem tomar o pequeno-almoço.
Poucos passos tinha dado quando encontrou o Luís. Já não o via há anos e até
tinha pensado se não lhe teria sucedido alguma coisa. Ele veio ter consigo com todo o à vontade, como se tivessem estado juntos no dia anterior, e anunciou-lhe que estava atrasado para o
leilão. Não se lembrava de ter sido convidado, mas seguiu-o obedientemente por
ruas estreitas que não conhecia até um edifício estreito e antigo. Subiram as
escadas de degraus de madeira algo inclinados e meio cobertos por uma
tapeçaria antiga em tons de vermelho desbotado. Chegaram a um salão interior
sem janelas, com nove ou dez cadeiras, cinco já ocupadas por dois homens e três
mulheres de idade, vestidos de escuro. O Luís disse-lhe para se sentar e
esperar, e foi o que fez. Contudo, não teve tempo para pensar ou observar o que
se passava ao seu redor porque por uma outra porta lateral entrou logo o
leiloeiro. Era magro e alto e deu de imediato início aos lances.
Inadvertidamente levou a mão ao rosto para abafar um espirro e apercebeu-se que
sem querer tinha licitado uma obra. Não sabia qual, mas tinha consciência de
não ter o valor astronómico para a pagar. Procurou o Luís quase em pânico.
Queria perguntar-lhe o que fazer para retirar a sua proposta. O seu vizinho do
lado apercebeu-se e assumiu a licitação para pagar na íntegra o valor. Quando
lhe quis agradecer apercebeu-se que ele lhe era familiar, lembrava-lhe o seu
pai, ou melhor, a si mesmo, só que mais velho. O seu eu de mais idade virou-se
então para ele e disse‑lhe “Rui, é a tua alma que está em jogo e pela forma
como viveres a tua vida é que poderás ou não ter o valor para não a perderes.”
Acordou em sobressalto no seu quarto, ainda com o
aperto no peito, rodeado por paramédicos chamados pela mulher.
Confirmou mais tarde que o Luís já tinha morrido há
cerca de dez anos, num acidente de viação.
Durante algum tempo pensou se teria tido alguma
experiência da pós-morte e se seria um aviso. Teve mais cuidado com a saúde e
com a forma como agia com os outros.
Depois voltou a agir como antes e
não pensou mais nisso.
______ (¯`v´¯)
ResponderEliminar______(¯`(█)´¯)__(¯`v´¯)
_______(_.^._)__(¯`(█)´¯)
_________(¯`v´¯)´(_.^._)
________(¯`(█)´¯)(¯`v´¯)
_________(_.^._)(¯`(█)´¯)
____(¯`v´¯)_____ (_.^._)(¯`v´¯)
___ (¯`(█)´¯)_ (¯`v´¯)___(¯`(█)´¯)
____ (_.^._)_(¯`(█)´¯)___(_.^._)
____ (¯`v´¯)´ (_.^._) (¯`v´¯)
____(¯`(█)´¯)_█___(¯`(█)´¯)
_____(_.^._)_█____(_.^._)
___________█
_________█
_______█___██_.██
______█___███████
______█___███████
_______█___ █████
________█____███
_________█____█
__________█______███__███
_██_.██___█_____█████████
███████___█____█████████
███████___█_____ ███████
_ █████____█_______█████
___███_____█_________█
____█______█
____
████████████████(¯`v´¯)█
███████████████(¯`(●)´¯)█
███████████████ (_.^._)██
_███████████ (¯`v´¯)████
__██████████ (¯`(●)´¯)██
____█████████ (_.^._)██
______████(¯`v´¯)████
________██(¯`(●)´¯)██
__██______█(_.^._)█______██
___██████████████████
_____███████████████
▀▄▄▄▄▄▀▄▄▄▄▀▀▄▄▄▀▀▄▄▄▄▄▀.....★MaRiBeL★
Muito bonita a imagem MaRiBel :)
ResponderEliminarTá giro!!
ResponderEliminarGostei..... principalmente do final que me surpreendeu....
bj e continuação de boas férias
Pizza Boy
muito bom! Acertaste! Continua :)
ResponderEliminarUm sonho ou um pesadelo? Gostei muito do final.
ResponderEliminarMuito obrigada Ó menina por teres lido e pelo incentivo :)
ResponderEliminarObrigada Tumbelina, também por teres lido e pelas palavras :)
Muito bem escrito. Beijinhos Gábi
ResponderEliminarApanha-se o susto... Mas depois, passado um tempo, volta-se à normalidade. Não temos emenda. :)
ResponderEliminarObrigada David :)
ResponderEliminarum beijinho
Bem, neste conto, o meu personagem parece que não teve :)