Kissange de Manuel Lima
(imagem retirada de aqui)
Na contracapa:
"Manuel dos Santos Lima
Nasceu no Kuito (Bié, Angola) em 1935, filho de um funcionário público natural de S. Tomé, tendo concluída a escola secundária em Angola e vindo para Lisboa estudar Direito em 1952. Foi membro do CEI, onde conviveu com a geração mais antiga. Na CEI foi publicado o sue primeiro livro - Kissange, figurando na Antologia de Poetas Angolanos. Na sua poesia transparece por vezes a influência de Neruda e Langston Hughes. Recebeu um prémio atribuído pela Sociedade Cultural de Angola em 1957 à peça de teatro A Pele do Diabo.
Como escritor participou no I Congresso Internacional dos Escritores e Artistas Negros em Partir, em 1956 e no Congresso Afro-Asiático de Escritores no Cairo em 1962. Colaborou no boletim Mensagem, da CEI e em vários jornais e revistas.
Mobilizado para o Exército Colonial, em 1961 desertou, em Damasco, durante a viagem que o levava para prestar serviço militar em Goa. Aderiu ao MPLA em Rabat e seguiu para Léopoldville (Kinshasa), sendo nomeado comandante-chefe do Exército Popular de Angola, cuja constituição dirigiu. Combateu na luta de libertação na Frente Norte até se afastar por dissidência. Tem uma brilhante carreira académica. É doutorado em Letras pela Universidade de Lausanne, tendo sido professor em França, no Canadá, no Brasil e em Portugal.
É autor de várias obras em poesia e em prosa: Kissange (1961); As Sementes da Liberdade (1965), As Lágrimas e o Vento (1975); A Pele do Diabo (1975); Os Anões e os mendigos (1984). As suas obras mais recentes retratam o período da guerra colonial e reflectem a visão pessoa acerca dos políticos africanos e do próprio país no pós-independência. Desde então tornou-se opositor ao regime angolano e crítico em relação ao estado da nação.
É membro da União de Escritores Angolanos.
"quissange na noite"
Quero uma noite de fantasia
uma noite de futuro
para toda a minha África.
Não quero nada mais que esta noite.
Estão os meninos adormecidos,
não há cazumbis nos caminhos,
estão as fomes interrompidas.
Ouve o quissange!
Noite madura e larga
como o horizonte,
mochos calados,
rios de eternidade,
aromas sublimados,
oração do silêncio.
Ouve o quissange!
Germinam as sementes
no pensamento das gentes
não há maldições no vento,
não sussurram os mistérios,
não há rusgas nos quimbos;
descem as bênçãos
até aos mortos de apelidos perdidos.
Ouve o quissange!
A Paz e o Amor
caminham de mãos dadas na noite.
No mundo tudo está certo,
o verme e a pedra,
a flor e a estrela,
tudo está em ordem.
Ouve o quissange!
Ouve... ouve..."
"Quissange - instrumento musical angolano
Cazumbi - diminuitivo de Zumbi, na língua Kimbundu, uma das nativas de Angola, o prefixo ca é usado como diminuitivo, ou seja Cazumbi é um pequeno zumbi ou filho de Zumbi, então ele é um pequeno fantasma que assim como o pai ou adultos zumbi, persegue e amedronta para matar as pessoas.
Quimbos - povoados, aldeias." no Google.
Beijinhos, votos de bfds e Bom Ano
ResponderEliminarCara confrade Gábi!
ResponderEliminarAprecio sobremaneira suas indicações de leitura, que denotam seu apurado gosto de leitora voraz!
Não vejo a hora de chegar o dia 26 de abril para que o encontro planejando pelo nosso Mestre Rui Espírito Santo torne-se um fato!
Também venho cá retribuir os votos de um novo ano auspicioso!
Caloroso abraço! Saudações leitoras!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver sem véus!
Interessante...
ResponderEliminarBjxxx
Obrigada, um bom fim-de-semana, um óptimo Ano e um beijinho :)
ResponderEliminarMuito obrigada Prof. Ms. João Paulo de Oliveira :)
um beijinho
Gostei do livro Isy e estou a tentar ler mais poesia :)
um beijinho