quinta-feira, dezembro 31, 2015

Post 5353 Estamos atrasados!

Acabei de ouvir nas Notícias que a esta hora mais de metade do mundo  já entrou em 2016...

Post 5352

E porque nestes últimos dias, os minutos estão a passar-me cada vez mais depressa, se depois não conseguir passar por aqui:

Um óptimo 2016 para todos!

Post 5351 No Google, hoje

quarta-feira, dezembro 30, 2015

Post 5349 - 04/10 - O impossível

Faltou tentar o impossível.
Lançar-se do topo de um arranha-céus e chegar ao chão incólume.
Enfiar-se no meio de dois duelistas, sentir o toque das suas espadas e sobreviver sem feridas.
Atravessar uma casa em chamas sem arder.
Chegar ao pé dela e dizer-lhe: gosto de ti.
Ao invés, quedava-se mudo, gaguejava até só no pensar em que lhe diria.
E ninguém sabia, escondia de todos o fogo que o queimava por dentro e a vergonha da sua cobardia.
Um dia, se ao menos um dia, pudesse ser outro.
Teve então a terrível ideia de pedir ao Rafael que lhe escrevesse uma carta para ela. Confiou naquele que acreditava ser seu amigo. E ele lançou para o papel frases bonitas mas que ficavam muito aquém de tudo o que sentia. Terminava com a pergunta mais importante, se ela corresponderia, se o quereria para namorado.
No dia seguinte a enviar a carta, começou o seu maior pesadelo.
Clara procurou-o, num intervalo, olhou-o com os seus olhos de céu numa interrogação muda. Esperava talvez que ele lhe repetisse o que estava escrito, que lhe dissesse de viva voz aquelas frases bonitas, ao menos, que repetisse que gostava dela e a pergunta com que concluía.
E ele não conseguiu dizer-lhe nada.
Fugiu.
Mais tarde, viu-os juntos, demasiado juntos, e outros disseram-lhe que eles tinham começado um namoro, que durou dias.
A Clara teria procurado o verdadeiro autor da carta e acreditado nas suas frases vazias. O Rafael, falso amigo, nunca antes tinha reparado nela.
A dor da dupla traição varreu-lhe a vergonha.
No recreio, bateu no Rafael e empurrou a Clara.
Foi chamado ao Director e repreendido.
Naquele ano não quis mais saber de raparigas embora tivesse voltado a falar com o Rafael. No seguinte, arranjou uma namorada que não era a Clara.


Post 5348 - Lisboa, 28.12.15


E da Ler Devagar trouxe:
"A mulher dele" de Emmanuèle Bernheim
"Sexta-feira à noite de Emmanuèle Bernheim
"A Outra Cidade de Daniel Múgica
"Histórias que as mulheres contam" de Isabel do Carmo´

Histórias que as Mulheres ContamEmmanuèle Bernheim - a mulher dele Chamusca - imagem 1



segunda-feira, dezembro 28, 2015

Post 5343 Não sou um robô!


 

domingo, dezembro 27, 2015

Post 5342 - Pela blogosfera

Ontem descobri o blogue Livro Velho ou http://livrovelho.blogs.sapo.pt/
que também tem o blogue Pimenta e ouro ou http://pimentaeouro.blogs.sapo.pt/
Gosto muito de como escreve o seu autor.

Post 5341 Pergunta para quem mora/conhece o Sul

Qual é a melhor livraria de Lisboa?

Post 5340 - 1/08 A Sala de espera

“…A sala de espera é pequena não cabe quase ninguém, uma dezena de cadeiras distribuídas como quem espera o barco que vai de saída. Um ar condicionado que sopra ruidosas lufadas num ar já viciado nos odores que por aqui vão passando. Uma máquina avariada, desmaiada na parede, onde se lê “Procure aqui o seu emprego”.
Maria sentou-se na última cadeira vaga, a grande barriga pesava-lhe e segurava o mais novo pela mão. A Ana, a mais velha foi dar o nome da mãe. Ouvia a sua voz fininha com o “se faz favor” que lhe ensinara, “para a Maria Silva, ainda demora muito?” Sentiu orgulho na sua menina. Quando ela voltou, beijou-a na bochecha direita, deixando-a corada enquanto repetia o que lhe tinha dito a senhora, “é já a seguir”.
O já a seguir demorou muito, mais de meia hora, em que teve de entreter o Pedro. Deu-lhe uma bolacha, deixou-o sentar-se no chão e conseguiu que ele não fizesse uma birra. Os que antes estavam na sala foram sendo chamados e prontamente substituídos pelos que entravam de novo. Não sabia se seria bom ou mau que se despachassem tão depressa. Quando a chamaram, deixou a Ana a tomar conta do irmão.
Entrou para a pequena sala, quatro por quatro metros, atafulhada com uma estante pesada e uma grande secretária que a tornavam ainda mais pequena. Sentou-se na cadeira enquanto olhava para o homem gorducho à sua frente. Era capaz de apostar que a barriga dele era maior do que a sua. Ele tinha uma capa aberta sobre a mesa, talvez o seu processo, mas estava absorto a olhar para o computador. Maria tossiu para anunciar a sua presença. Sem a olhar ele fez-lhe um gesto para que aguardasse. Mais alguns minutos passaram até que se dignou desviar o olhar para ela: “Então Maria Silva, não é?”. Maria assentiu e esperou.
“Para quando é?” Ele perguntou, levantando o queixo em direcção à sua barriga.
“Este mês”. Respondeu-lhe.
“Está com sorte” ele continuou, “para daqui a dois meses é precisa uma ama e a cliente não se importa que leve os seus filhos. Está interessada?”.
Claro que estava. Agarrou no papel que ele lhe estendia, e saiu, ainda meio atarantada, multiplicando-se nos “obrigada”.
Quem diria que naquele dia ia ter sorte.
Saiu da Agência, com a oportunidade de emprego prometida na parede, e com os filhos, um de cada lado.

sexta-feira, dezembro 25, 2015

quarta-feira, dezembro 23, 2015

Post 5338 Feliz Natal!

(imagem tirada do Google)

Post 5337 Restava 2º tentativa (optar pela 1ª ou pela 2ª ou tentar uma 3ª)

Restava alguma farinha, a suficiente para fazer um bolo, pensou Maria enquanto fazia a lista de compras para o dia seguinte. E se o pensou, melhor o decidiu. Tinha seis ovos oferecidos ontem pela vizinha Graça do 2º andar – tinham vindo da quinta da sua santa sogra - e açúcar suficiente. Foi buscar a tijela dos bolos, a colher de pau e a balança. Primeiro pesou os ovos para calcular em metade a quantidade da farinha e igual a do açúcar. Tudo bem misturado e batido até aparecerem bolhinhas foi de seguida ao forno já aquecido, na forma bem untada de manteiga e polvilhada de farinha.
Pouco depois espalhava-se pela casa o cheiro do pão-de-ló.
Espetou-o com um palito, enquanto o vigiava, abrindo a porta do forno só por segundos, até que estivesse pronto.
Desenformou-o, sacudindo-o na forma que virou ao contrário, e saiu direitinho, sem se desmanchar, redondo com um buraco no meio.
Levou-o para a sala, onde o deixou a dominar bem no centro da mesa.
Chegou o José do trabalho, o cansaço dissipado assim que entrou em casa e sentiu o odor doce. Quis logo provar o bolo quente, já desenformado, dourado em cima da mesa a arrefecer.
Primeiro, deixa que o veja o menino, ordenou-lhe a sorrir.
Nem de propósito chegou o filho mais cedo da escola com o melhor amigo, e foram logo atraídos pelo bolo.
Esperaram os três que os deixasse só provar e Maria consentiu. Mas porque os conhecia teve a feliz ideia de antes de os deixar sozinhos, levar uma fatia para si. Não previa uma vida longa para aquele pão-de-ló. E modéstia à parte estava muito bom, bem cozido, ainda quente, mais doce na cobertura, desfazia-se na boca.
Pouco depois, só o cheiro tinha ficado e do bolo nada mais restava.

Post 5336 Hoje no Google


Boas Festas do Google