"Quem tropeça é sempre alguém que se distrai a olhar para as estrelas" Vladimir Nabokov
(nome do blogue veio do livro para crianças de Virgínia de Castro e Almeida)
Elegia de Natal Era também de noite Era também Dezembro Vieram-me dizer que o meu irmão nascera Já não sei afinal se o recordo ou se penso que estou a recordá-lo à força de o dizerem
Mas o teu berço foi o primeiro presépio em que pouco depois o meu olhar pousava Não era mais real do que existirem prédios nem menos irreal do que haver madrugadas
Dezembro retornava e nunca soube ao certo se o intruso era eu se o intruso eras tu Quase aceitava até que alguém te supusesse mais do que meu irmão um gémeo de Jesus
Para ti se encenava o palco da surpresa Entravas no papel de que eu ia descrendo Mas sabia-me bem salvar a tua crença E era sempre de noite Era sempre em Dezembro
Entretanto em que mês em que dia é que estamos Que verdete corrói prédios e madrugadas De que muro retiro o musgo desses anos que entre os dedos depois se me desfaz em água
Para onde levaste a criança que foste Em vez da tua voz que ciprestes são estes Como dizer Natal se te não vejo hoje Como dizer Natal agora que morreste
Boas festas com descontos! : )
ResponderEliminarPodiam enviar-me um livro também :)
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ResponderEliminarDavid Mourão-Ferreira...
Elegia de Natal
Era também de noite Era também Dezembro
Vieram-me dizer que o meu irmão nascera
Já não sei afinal se o recordo ou se penso
que estou a recordá-lo à força de o dizerem
Mas o teu berço foi o primeiro presépio
em que pouco depois o meu olhar pousava
Não era mais real do que existirem prédios
nem menos irreal do que haver madrugadas
Dezembro retornava e nunca soube ao certo
se o intruso era eu se o intruso eras tu
Quase aceitava até que alguém te supusesse
mais do que meu irmão um gémeo de Jesus
Para ti se encenava o palco da surpresa
Entravas no papel de que eu ia descrendo
Mas sabia-me bem salvar a tua crença
E era sempre de noite Era sempre em Dezembro
Entretanto em que mês em que dia é que estamos
Que verdete corrói prédios e madrugadas
De que muro retiro o musgo desses anos
que entre os dedos depois se me desfaz em água
Para onde levaste a criança que foste
Em vez da tua voz que ciprestes são estes
Como dizer Natal se te não vejo hoje
Como dizer Natal agora que morreste
Um beijinho e FELIZ NATAL*
Feliz Natal, Gábi!
ResponderEliminarhttp://numadeletra.com/feliz-natal-58679
Beijinhos.
feliz natal :) muitas leituras e muitas fotografias a acompanhar as letras.
ResponderEliminarbjs.
Um poema bonito e triste Til.
ResponderEliminarum beijinho e Feliz Natal
Obrigada Numa de Letra, um Feliz Natal também e um beijinho
Gábi
Obrigada Margarida, um Feliz Natal também com muitos livros :)
um beijinho
Gábi
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