domingo, novembro 13, 2011

Na sequência de dois posts anterior sobre o desafio de se escrever uma carta


E porque um corajoso comentador e bloguista respondeu ao desafio e escreveu uma carta - ver aqui , irei de seguida "postar" as duas cartas que escrevi.


Carta de declaração de amor a um desconhecido fascinante


Meu querido. Não é nada fácil escrever-te esta carta. Não sei sequer o teu nome. Sei que conheces a irmã da Luísa e será à Luísa que irei pedir que te faça chegar esta carta.


Ontem à noite disseste que o meu cabelo parecia chuva. Ficámos os dois mais para trás e olhámo-nos nos olhos. Senti que já te conhecia, sem nunca te ter visto antes, e foi o que tu me disseste, adivinhando o que eu pensava. Quando estava contigo, percebi como tudo fazia sentido, tudo o que antes sonhava fazer, quero fazê-lo contigo. Por isso, se sentes o mesmo hoje, responde.


Carta a cortar uma relação com alguém:


Caríssimo


Hesitei muito em escrever-te como deverás calcular.


E nem sei se chegarás a ler esta carta ou irás rasgá-la antes por saberes que é minha. Imagino no entanto que a curiosidade te levará a ler algumas frases e também por isso quero dizer-te logo o mais importante. Não foi por não te amar que te traí.


Ao escrever-te não é minha intenção alimentar qualquer ilusão, minha ou tua, de um recomeço, mas antes colocar um ponto final em toda esta história que a certa altura se tornou tão sórdida. Muito cedo senti que te adorava, tudo no meu pequeno universo passou a girar à tua volta. Foi fácil incluir-te naquilo que gostava de fazer. Nessa altura adoraria ter feito contigo as viagens de que falámos. Seguir-se-ia para qualquer lado e nem chegaria sequer a ver outra opção. E tu sabias disso. Primeiro sentiste-te feliz com a tua fácil conquista, mas rapidamente me tomaste por certa. A minha dependência, sim porque nessa altura o amor que sentia era mais uma doença, começou a corroer-me como um veneno. Sufocava lentamente quando percebi que se não fizesse algo drástico, destruir-me-ias e fá-lo-ias com toda a tua odiosa inconsciência. Foi por isso que te traí, para me libertar, porque só assim não poderia haver um regresso. Perdoa-me por não ter conseguido encontrar uma outra forma de o fazer.


Daquela que já não é, e nunca deveria ter sido, tua

5 comentários:

  1. Que lindo, Dona Redonda! Adoro - adorava, quando se usava - escrever cartas! É tão mais fácil do que falar, não é? Estão muito bonitas, especialmente a segunda - diz-me mais.

    Beijinho

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  2. Muito obrigada Carol por ter lido e pelo comentário :)
    um beijinho
    Gábi

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  3. Muito boa, a segunda carta, Redonda. Gostei bastante. :)

    Beijinhos

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  4. Gostei destas cartas. Bem sei que já não era preciso a minha para desbloquear a publicação... :) mas como me comprometi no comentário que deixei no post anterior, venho avisar que acabo de publicar a minha carta anónima, lá na Esquina.

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  5. Obrigada, Gina :)
    um beijinho




    Vou já espreitar a seguir, Luisa
    obrigada :)

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