segunda-feira, setembro 18, 2006

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Fotografia à esquerda foi tirada com telemóvel (tenho mais fotografias tiradas com máquina, mas como rolo ainda não acabou só quando tirar mais fotografias é que poderei pô-lo a revelar)
E o que vemos nesta fotografia?
Um coche, no Museu dos Coches (também têm lá liteiras, uma para ser utilizada com mulas e outra com pessoas - aqueles tempos deviam ser mesmo duros... sobretudo quando se tinha por profissão carregar a liteira, ou andar com a liteira em vez de na liteira).
Em viagem de regresso no comboio comecei a ler Hegel em 90 minutos. Já passei de metade do livro mas se calhar vou ter de voltar ao início porque ao contrário do Wittengenstein em 90 minutos, ainda não tenho nenhuma ideia sobre as ideias do Hegel. Talvez por configurarem de certa forma um enigma me possa vir a interessar mais ... (ou não...)

16 comentários:

  1. Cara Redonda.

    Nestas coisas da língua, estamos um pouco além dos nuestros hermanos, pois conseguimos evoluir do vocábulo «coche» para os vocábulos «automóvel», «veículo», «carro». Os nossos arqui-rivais inimigos, continuam a insistir na palavra coche como querendo significar um veículo, ainda que tenha 400 cavalos de potência, SGPS, fale, diga «papá», «mamã» e «sai da frente filho da p….», tudo em automático e na língua a seleccionar.

    A isto alguém chama carinhosamente «imobilismo», congelamento das palavras no tempo, atitude reaccionária à evolução natural da língua. Esta coisa do significante e do significado, da polissémica dos vocábulos, é um pantanal que deixo para as doutas considerações do Ferdinand Saussurre, ou da Edite Estrela, pois disso percebo patavina.

    Para mim um coche é, em definitivo, um veículo enorme, feito em talha doirada, debruado e ornamentado, coberto de veludo escarlate, onde cus régios e senhoriais endureciam as carnes na rudeza dos solavancos de caminhos primitivos. Até prova em contrário, o Museu dos Coches da Moirama é, para mim, o repositório histórico de uma colecção de assentos para cus celestiais, com duas rodas, onde pontificavam parelhas, ou mais, de equídeos, por vezes mais nobres do que as bestas que viajavam no interior.

    Meu Deus, que agressivo eu estou! Talvez que a leitura de filosofias mais decentes pudesse, de algum modo, limar as arestas desta minha mente tão conturbada em início de segunda-feira.

    Continua a tua saga fotográfica. Os teus leitores anseiam pelas novas imagens como pão ázimo para a boca.

    Beijinhos de um leitor assíduo.

    J.R.

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  2. Nunca tinha pensado nisso, na nossa evolução do coche para automóvel, veículo ou carro...

    E por falar na leitura de filosofias posso sugerir a leitura de Hegel?
    A seguir poderias explicar-me o que é que ele diz...

    Um beijinho

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  3. Cara Redonda,
    tomei a liberdade...de me referir ao teu blog num post acabadinho de fazer!!
    Espero que não leves a mal!
    Abraço,
    Moura

    Gostei do comentário da Madrigal!!

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  4. Claro que não levo a mal (fui logo espreitar porque sou muito curiosa e gostei muito do teu post)
    Também gosto dos comentários do Madrigal.

    Um beijinho

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  5. Ena, ena, por onde a menina andou!!! Ao tempo que não vou lá... e adoro estas coisas bem de outras épocas!

    Quanto ao livro escolhido... bem, talvez algo menos complicado para ler numa viagem... não? :))

    Beijinhos

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  6. Para parecer culto: Sabem que existe o verbo "cochar"?

    Bom, era só para deixar a sugestão de que, quando acabasses a "Volta a Portugal em cultura" (não andes de coche senão demora muito tempo...), passases à "Volta a Portugal em devoranço", um guia gastronómico-cultural do nosso país (isto sou eu próximo da hora do almoço, quando o estômago já está a bater à porta do cérebro...)

    Beijo

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  7. Nos passos de Hegel....

    «Como a filosofia de Spinoza, a de Hegel é uma filosofia da inteligibilidade total, da imanência absoluta. A razão aqui não é apenas, como em Kant, o entendimento humano, o conjunto dos princípios e das regras segundo as quais pensamos o mundo. Ela é igualmente a realidade profunda das coisas, a essência do próprio Ser. Ela é não só um modo de pensar as coisas, mas o próprio modo de ser das coisas: "O racional é real e o real é racional". Podemos, portanto, considerar Hegel como o filósofo idealista por excelência, uma vez que, para ele, o fundo do Ser (longe de ser uma coisa em si inacessível) é, em definitivo, Idéia, Espírito. Sua filosofia representa, ao mesmo tempo, com relação à crítica kantiana do conhecimento, um retorno à ontologia. É o ser em sua totalidade que é significativo e cada acontecimento particular no mundo só tem sentido finalmente em função do Absoluto do qual não é mais do que um aspecto ou um momento...» In «Kant steap by steap» Ed. Oxford 1978

    [Parei nesta parte, com o frasco de 605 Forte na mão, o revólver de coronha de marfim na outra, e olhei as minhas graves olheiras no espelho. Foi então que perguntei a mim mesmo: " - Afinal, será que valerá mesmo a pena te matares só porque não entendes patavina do que diz este energúmeno - filósofo diarreico?" - e retornei à minha vida simples, feita de quotidianos banais, yogurths, pasteis de nata, duas bicas logo pela manhã, escritos de filigrana, com o sorriso da doce ignorância plasmado no rosto e, confesso, fiquei de novo feliz!]

    Um beijo de um nado-vivo [depois de ler Hegel]

    J.R.

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  8. Olá Redonda!
    Que desaforo, mandar-me passear! Pois vou, e é já a seguir... isto é, para a semana que vem.

    Uma sugestão para os seus passeios à moirama: Panteão (não se esqueça de flores, não para a Amália mas para o Garrett, que está mesmo em frente, e de máquina para as fotos da Lisboa vista do zimbório) e à saída, na Rua São João da Praça 93, a caminho da Sé, o "pois,Café"; encerra cedo. Com sorte encontra-me, hehehe

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  9. Olá Alexandra :)
    Tenciono voltar lá, porque tive de sair mais cedo para apanhar combóio. Um livro complicado pode ter a vantagem de fazer sono, o que por acaso desta vez não aconteceu. No entanto, na próxima viagem vou ver se levo algo mais leve...
    Um beijinho


    Olá Cuotidiano :)
    Não sabia e como também não sabia o seu significado fui ver ao Dicionário: "acamar (a sardinha), torcer (cabo), apertar, encher e tirar água com cocha (vou ver se encontro formas de utilizar este antes desconhecido verbo...talvez para pôr fim a uma zanga: "vamos lá, acochem as mãos" ou num autocarro cheio para um estranho espaçoso "não me acoche"..
    Gostei muito da tua sugestão e vou ponderá-la. Só tenho de ter cuidado, no caso de a seguir, para no final não acabar mesmo redonda...

    Um beijinho


    Olá Madrigal
    Estava a ficar impressionada com os teus conhecimentos de Hegel... :) e não acredito que não entendas patavina...

    Um beijinho

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  10. Olá Carregador de menires :)
    Pois é mandei-te mesmo passear...mas foi com a melhor das intenções!
    Já anotei as tuas sugestões para próxima visita.

    Um beijinho

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  11. Que Museu fantástico escolheste para visitar, e olha que não digo isto por já lá ter trabalhado ;)

    Um beijo

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  12. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  13. Gostaria muito de ver as fotografias que tu tirarias se fosses lá :)

    Um beijinho

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  14. xiiiii a última vez que fui ao museu dos coches, era tão pequerrucho....
    Isto é um bocadinho mau de se dizer, mas já não vou a um museu à anos...ainda por cima tendo em conta a riqueza histórica do nosso país.
    Tu lês mesmo rápido, sabias?:D
    bjs

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  15. Olá Mocho_ao_luar
    Bem, pelo menos foste quando era pequerrucho :)
    Até acho que leio rápido mas não foi o caso com o Hegel porque se a viagem dura à volta de três horas poderia ter lido o livro duas vezes!

    Um beijinho

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