segunda-feira, agosto 02, 2021

Post 8157 - CNEC 56/28 - 2/10 - O Esquilo vermelho

Onde está o esquilo? É o que investigadora da Universidade de Aveiro tenta  descobrir | LOCAL LISBOA | PÚBLICO

 O Esquilo vermelho (imagem do Google)


O esquilo-vermelho extinguiu-se em Portugal no século XVI, mas desde a década de 1980 que se tem expandido novamente por processos naturais e em projectos de reintrodução.

Vivendo no interior do Pais, no meio rural, seria de esperar que pelo menos tivesse visto um.

Soube do desafio já não sei bem como, se saiu no jornal local ou alguém me falou dele. Só tínhamos de encontrar um e conseguir fotografá-lo. Aquele que conseguisse a melhor fotografia iria receber um prémio.

Na Vila ficaram todos animados. Encheram-se os caminhos com homens, mulheres e crianças, munidos de telemóveis e máquinas fotográficas.

Também eu resolvi tentar. Esperava que por sorte um se me atravessasse pela frente, mas nem avistei fosse o que fosse.

Soube que já havia resultados. Vi algumas das fotografias a grande distância onde pouco ou nada se distinguia.

Mais insistentemente procurei-o. Sempre em vão.

Senti-me então tentado, qual ideia tenebrosa, mas irresistível a prosseguir para o impensável.

Procurei o Teddy e encontrei-o. Desprezado pela minha neta mais nova, repousava numa caixa no sótão. Com uma gola de pele antiga da minha mulher cosi-lhe uma cauda e tingi-o de vermelho. Levei-o para longe e montei a cena. Coloquei-o junto a uma árvore, meio coberto por ramos e ervas. Afastei-me para o fotografar, e foi então, que ao seu lado, inacreditavelmente, a poucos passos, vi que aparecera um real. A alegria foi de tal ordem que não vi mais nada. Tê-lo-ei fotografado talvez dez vezes antes que fugisse. Corri para a vila e em casa fui ver as fotografias para escolher a melhor.

Infelizmente tinha-me esquecido do Teddy. Em todas as fotografias, bem mais visível que o real, lá aparecia ele, e se aumentava a fotografia para que se visse o esquilo, percebia-se que o Teddy era um peluche…

5 comentários:

  1. Adoro esquilos e sei que eles no seu ambiente natural saem das tocas assim que começa o raiar do dia. Já vi vários aqui na serra de Sintra mas não encarnados:)
    Adorei o texto lindíssimo.
    Beijos e um bom dia

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  2. Que maravilha de publicação!! :)´
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    Terás firmeza, que a enfrentarás no tempo
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    Beijo e um excelente dia. Boa férias... :)

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  3. Gostei muito do texto.
    Diz-se que a mentira tem perna curta. Coitado do Teddy, para mais com a cauda atada e o corpo tingido. Pode ser que o real o tenha levado consigo. Sempre seria uma aventura maior.
    Um beijinho, Gábi.

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  4. Costumo encontrar muitos esquilos no Monsanto, em Lisboa. De manhã, muito cedo, atravessam a estrada à frente do carro, como setas. Fico sempre com medo de atropelar algum mas não dá para travar: ou o esquilo ou eu!
    Com o confinamento, deixei de os ver...

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  5. Assim é a vida. Luta-se por conseguir uma coisa e quando já quase a temos, aparece ela para nos testar a paciência....kkkkk

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