Estava
uma noite fria mas junto ao bar da praia resistiam ele e o seu alvo, meio aquecidos
pela bebida, ela que bebera mais, também entorpecida.
O
empregado bocejou e anunciou que ia ter mesmo de fechar. Arrumou as cadeiras
que faltavam e aguardou enquanto os dois últimos clientes avançavam em direcção
ao mar e se sentavam numa rocha. Desligou a música e as luzes, fechou o espaço
e afastou-se pelo passadiço.
Ficaram
os dois. O mar estava à frente deles, mas mal o conseguiam ver. Ouviam-no. Maré
baixa, algumas ondas vagarosamente avançavam e recuavam em espuma. Tudo parecia
agora muito escuro, o céu, o vazio à frente deles. Estando ela ao seu lado, mal
conseguia perceber as suas feições, até o seu cabelo claro parecia agora
cinzento. Abraçou-a com o pretexto de a aquecer. Ela cheirava bem, a sal, um
resto de perfume fresco e álcool.
Sabia
que perto, demasiado perto, se tinham espalhado pares e grupos que enchiam a
praia. Todos pareciam querer agarrar-se ao resto do Verão. De vez em quando
chegava até onde estavam, o som de risos e palavras soltas para o relembrar que
não estavam sós.
Pensou
que ainda assim poderia fazer agora tudo o que planeara. Sentia-a entregue nos
seus braços.
Decidiu
beijá-la. Procurou-lhe a boca, segurando-lhe o rosto. Ela estremeceu, arrotou,
soltou-se dele e vomitou aos seus pés. Já não cheirava bem. A ele passou-lhe a
vontade. Decidiu adiar o início da sua vida de conquistador. Ela aninhou-se ao
lado da rocha. Parecia muito pequena, Hesitou um instante mas resolveu
afastar-se. Ela já não lhe interessava. Não se preocupou com o que lhe podia
suceder. Foi-se embora.
Na
manhã seguinte começou o seu pesadelo com a notícia: “Jovem encontrada morta na
praia. Polícia tem um suspeito” Droga, e ele não fizera nada.
Estava
uma noite fria mas junto ao bar da praia resistiam ele e o seu alvo, meio
aquecidos pela bebida, ela que bebera mais, também entorpecida.
O
empregado bocejou e anunciou que ia ter mesmo de fechar. Arrumou as cadeiras
que faltavam e aguardou enquanto os dois últimos clientes avançavam em direcção
ao mar e se sentavam numa rocha. Desligou a música e as luzes, fechou o espaço
e afastou-se pelo passadiço.
Ficaram
apenas os dois. O mar estava mesmo à frente deles, mas mal o conseguiam ver.
Ouviam-no. Maré baixa, algumas ondas vagarosamente avançavam e recuavam em
espuma. Tudo parecia agora muito escuro, o céu, o vazio à frente deles. Estando
ela ao seu lado, mal conseguia perceber as suas feições, até o seu cabelo claro
parecia agora cinzento. Abraçou-a com o pretexto de a aquecer. Ela cheirava
bem, a sal, a um resto de perfume fresco e a álcool.
Pensou
que poderia fazer agora tudo o que planeara e mais ainda. Se ela gritasse
ninguém a escutaria. Poderia calá-la com facilidade, mais alto, mais forte, um
homem. Enquanto ela, não passava de uma garota parva que ficava assim a beber
até tarde com um desconhecido.
Decidiu
começar por beijá-la. Procurou-lhe a boca, segurando-lhe o rosto. Ela
estremeceu, arrotou, soltou-se dele e vomitou aos seus pés. Já não cheirava
bem. A ele passou-lhe a vontade que pensara ter de abusar dela. Decidiu adiar o
início da sua vida de conquistador ou criminoso. Ela aninhou-se ao lado da
rocha. Parecia muito pequena, Hesitou um instante mas resolveu afastar-se. Ela
já não lhe interessava. Não se preocupou com o que lhe podia suceder. Foi-se
embora.
Na
manhã seguinte começou o seu pesadelo com a notícia: “Jovem encontrada morta na
praia. A polícia tem um suspeito.” Droga, e ele não fizera nada.
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