domingo, dezembro 09, 2018

Post 6924 - Desafio de Escrita 3/10 - Na praia


 Versão 2
Estava uma noite fria mas junto ao bar da praia resistiam ele e o seu alvo, meio aquecidos pela bebida, ela que bebera mais, também entorpecida.
O empregado bocejou e anunciou que ia ter mesmo de fechar. Arrumou as cadeiras que faltavam e aguardou enquanto os dois últimos clientes avançavam em direcção ao mar e se sentavam numa rocha. Desligou a música e as luzes, fechou o espaço e afastou-se pelo passadiço.
Ficaram os dois. O mar estava à frente deles, mas mal o conseguiam ver. Ouviam-no. Maré baixa, algumas ondas vagarosamente avançavam e recuavam em espuma. Tudo parecia agora muito escuro, o céu, o vazio à frente deles. Estando ela ao seu lado, mal conseguia perceber as suas feições, até o seu cabelo claro parecia agora cinzento. Abraçou-a com o pretexto de a aquecer. Ela cheirava bem, a sal, um resto de perfume fresco e álcool.
Sabia que perto, demasiado perto, se tinham espalhado pares e grupos que enchiam a praia. Todos pareciam querer agarrar-se ao resto do Verão. De vez em quando chegava até onde estavam, o som de risos e palavras soltas para o relembrar que não estavam sós.
Pensou que ainda assim poderia fazer agora tudo o que planeara. Sentia-a entregue nos seus braços.
Decidiu beijá-la. Procurou-lhe a boca, segurando-lhe o rosto. Ela estremeceu, arrotou, soltou-se dele e vomitou aos seus pés. Já não cheirava bem. A ele passou-lhe a vontade. Decidiu adiar o início da sua vida de conquistador. Ela aninhou-se ao lado da rocha. Parecia muito pequena, Hesitou um instante mas resolveu afastar-se. Ela já não lhe interessava. Não se preocupou com o que lhe podia suceder. Foi-se embora.
Na manhã seguinte começou o seu pesadelo com a notícia: “Jovem encontrada morta na praia. Polícia tem um suspeito” Droga, e ele não fizera nada.

 Versão 1
Estava uma noite fria mas junto ao bar da praia resistiam ele e o seu alvo, meio aquecidos pela bebida, ela que bebera mais, também entorpecida.
O empregado bocejou e anunciou que ia ter mesmo de fechar. Arrumou as cadeiras que faltavam e aguardou enquanto os dois últimos clientes avançavam em direcção ao mar e se sentavam numa rocha. Desligou a música e as luzes, fechou o espaço e afastou-se pelo passadiço.
Ficaram apenas os dois. O mar estava mesmo à frente deles, mas mal o conseguiam ver. Ouviam-no. Maré baixa, algumas ondas vagarosamente avançavam e recuavam em espuma. Tudo parecia agora muito escuro, o céu, o vazio à frente deles. Estando ela ao seu lado, mal conseguia perceber as suas feições, até o seu cabelo claro parecia agora cinzento. Abraçou-a com o pretexto de a aquecer. Ela cheirava bem, a sal, a um resto de perfume fresco e a álcool.
Pensou que poderia fazer agora tudo o que planeara e mais ainda. Se ela gritasse ninguém a escutaria. Poderia calá-la com facilidade, mais alto, mais forte, um homem. Enquanto ela, não passava de uma garota parva que ficava assim a beber até tarde com um desconhecido.
Decidiu começar por beijá-la. Procurou-lhe a boca, segurando-lhe o rosto. Ela estremeceu, arrotou, soltou-se dele e vomitou aos seus pés. Já não cheirava bem. A ele passou-lhe a vontade que pensara ter de abusar dela. Decidiu adiar o início da sua vida de conquistador ou criminoso. Ela aninhou-se ao lado da rocha. Parecia muito pequena, Hesitou um instante mas resolveu afastar-se. Ela já não lhe interessava. Não se preocupou com o que lhe podia suceder. Foi-se embora.
Na manhã seguinte começou o seu pesadelo com a notícia: “Jovem encontrada morta na praia. A polícia tem um suspeito.” Droga, e ele não fizera nada.

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