domingo, fevereiro 05, 2017

Post 6027 Livros 2017 (19) Porgy e Bess de DuBose Heyward

Porgy e Bess de DuBose Heyward
Colecção Miniatura, Livros do Brasil, nº84
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Nota do Tradutor - Ao terminar a tradução deste belíssimo poema em prosa, no qual as imagens e as cenas se entrelaçam e desenvolvem numa estrutura sinfónica que reclamava de facto a música que Gershwin lhe deu, não quero deixar de acentuar que este Tristão e Isolda dos negros do Sul dos Estados Unidos, traduzido com o maior carinho e fidelidade, apenas não respeitou a fala típica dos personagens que DuBose Heyward captou. Seria impossível, sem ridículo e ilegibilidade, transpor para o português as sílabas elididas, as palavras deturpadas e as concordâncias erradas. Mas o sabor creio que não se perdeu inteiramente." Jorge de Sena
Na wikipédia
"Edwin DuBose Heyward (August 31, 1885 – June 16, 1940)[ was an American author best known for his 1925 novel Porgy, which was adapted by his wife Dorothy into a 1927 play. The stage Porgy inspired the 1935 opera Porgy and Bess with music by George Gershwin, which was later adapted into a 1959 film. Heyward also wrote poetry and other novels and plays, as well as the children's book The Country Bunny and the Little Gold Shoes (1939)."
No site da wook:
SINOPSE
"Pode dizer-se que DuBose Heyward (1885-1940) se sentiu depois de Porgy realizado. Porque tinha feito a conquista de um lugar entre os que sobressaíam nesse ano nas letras norte-americanas (até Langston Hughes, um escritor negro— o que era relevante neste caso—fazia notar que os seus «olhos "brancos" davam vida às maravilhosas qualidades poéticas dos habitantes da Catfish Row»); porque a sua inaptidão para negócios encontrava num amigo qualidades que a si próprio faltavam, ideais para o êxito da companhia de seguros que o tinha como sócio; porque vivia horas de criador protegidas pela sua esposa Dorothy, sua incondicional apoiante e co-autora em duas obras teatrais inspiradas pelos seus romances.
O êxito de Porgy ficou em grande parte a dever-se a algumas singularidades da sua história e do seu cenário; ao exotismo «caseiro» de bairro negro; aos momentos—de um ritual fúnebre, de um cortejo festivo, de uma floresta, de uma tempestade—onde o autor se exibe com grande eficácia descritiva; a um par amoroso sem graças físicas que se sobreponham à desgraça de membros mal conformados e a uma desfiguradora cicatriz na face; à indiferença pela boa regra do assassino castigado; à recusa em não instalar Porgy e Bess entre os apaixonados trágicos que alimentam a lista dos «imortais do amor».
Porgy e Bess pertencem a um grupo humano humilhado na sua segregação de bairro negro, conformado com a superioridade social do homem branco, e que se defende destas fatalidades com a embriaguez do canto, com uma religiosidade cristã de mãos dadas com a magia, com uma languidez alimentada por calor e sol. Todo o livro vive sob o peso do clima temperamental de Charleston, que condiciona os sentimentos e os actos dos habitantes da Catfish Row. Cena a cena iremos saber se as personagens deste conflito são batidas por calor, chuva ou vento; e a última frase do livro, para um Porgy envelhecido e vencido, invoca a força benfazeja do Sul, a que inunda o seu desgosto com «a ironia de um sol matinal».
A.F."
Também eu associo à história a musica de Gershwin e já conhecia a história em traços gerais antes de ler o livro, mas no livro além de reencontrar o Porgy e a Bess, há tanto mais, vários outros personagens, como o Peter, a Maria, a Serena, o Advogado Alan Archadale, etc. descrições de momentos com cor e som, diálogos e actos, que me surgiram como reais. Queria outro final para o Porgy.
Pág. 182
"O penetrante Sol de Outubro entrava energicamente pelo portão e banhava o vulto pendurado do bode, o ridículo carrinho e a figura curvada do homem, numa radiância satírica e dura. À sua  luz reveladora, Maria viu que Porgy era um velho. A tensão que anteriormente o caracterizara, o aspecto que fora o seu durante um Verão tumultuoso, ambos se haviam desvanecido; e, em seu lugar, ela viu um rosto cansadamente abatido, e os olhos da idade apenas iluminados por uma vaga e reminiscente claridade dos muitos sois e luas que neles tinham entrado e já se haviam sumido no poente.
Maria ficou até não poder suportar mais o que via; depois, cambaleou para a tasca e fechou a porta, deixando Porgy e o bode numa ironia de Sol matinal."

8 comentários:

  1. Confesso que infelizmente nunca li o livro, mas vi o filme que Otto Preminger fez e fiquei perfeitamente seduzido pelo que vi no écran da sala de cinema, na verdade George Gershwin é um dos maiores nomes do universo musical do século XX e depois do que li, fiquei com enorme curiosidade em ler o livro.
    Bom domingo!

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    1. Acho que também vi o filme há muitos anos - vou "googlar" depois com o nome do realizador, obrigada :)
      uma boa semana!

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  2. Fiquei muito curiosa...
    Excelente.
    Boa semana, Gabi.
    Beijinho.
    ~~~

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    1. Gostei muito do livro e há uma nova edição da SitemaSolar que se consegue encontrar nas livrarias.
      obrigada, uma boa semana também
      e um beijinho

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  3. Lembro logo Gershwin.
    Beijinhos, boa semana

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    1. a mim também, sobretudo a primeira música de que coloquei o link :)
      obrigada, uma boa semana também e um beijinho

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    1. Só o li agora e gostei muito :)
      obrigada, uma boa semana também

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