domingo, janeiro 29, 2017

Post 6015 - Livros 2017 (15) A Última Primavera de Tennessee Williams

A Última Primavera (The Roman Spring of Mrs. Stone) de Tennessee Williams
Livros do Brasil-Colecção Miniatura, nº 113
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"The story of a wealthy, fiftyish American widow, recently a famous stage beauty, but now "drifting." The novel opens soon after her husband's death and her retirement from the theatre, as Mrs. Stone tries to adjust to her aimless new life in Rome. She is adjusting, too, to aging ("The knowledge that her beauty was lost had come upon her recently and it was still occasionally forgotten.") With poignant wit and his own particular brand of relish, Williams charts her drift into an affair with a cruel young gigolo: "As compelling, as fascinating, and as technically skilled as his plays." (Publishers Weekly)"
Na wikipédia
Thomas Lanier "TennesseeWilliams III (March 26, 1911 – February 25, 1983) was an American playwright. Along with Eugene O'Neill and Arthur Miller he is considered among the three foremost playwrights in 20th-century American dram
Pág. 23
"A torrente (the drift)
Entrar num quarto e sair de um quarto porque não havia verdadeiros motivos para entrar, nem quaisquer motivos para voltar a sair. Isto era a torrente. A torrente é qualquer coisa que se faz sem termos para isso uma razão.
Mas haverá uma razão para qualquer coisa? Oh, pode inventar-se uma razão, e algumas são plausíveis. Algumas são suficientemente plausíveis para serem aceites, da mesma maneira que uma desculpa é aceite por conveniência ou por comodidade social. Mas nada aconteceu. Durante um certo tempo, parecia-lhe que existia esse vazio que começou quando as pérolas se soltaram do fio e ela sacudiu uma mão que tentava detê-la. Depois voltou ao palco para consumar o acto de destruição. O palco era banhado por uma ténue luz azul que despedaçou com as suas garras de ave aprisionada como se fosse uma folha de papel. Tudo isto foi há bastante tempo. O suficiente para já não se lembrar.´"
Pág. 67
"As pequenas andorinhas a que os romanos chamam rondini regressavam agora à cidade. Durante o dia voavam invisíveis a grande altura em direcção ao Sol, mas, ao crepúsculo, desciam num movimento rápido até à altura do terraço da srª Stone. Para a srª Stone a própria cidade parecia-lhe realizar qualquer preguiçosa mágica de levitação. Todas as manhãs primaveris, quando vinha para o terraço, a teia das ruas emaranhadamente tecida e coberta de poalha dourada, em que as cúpulas das igrejas se erguiam como aranhas tecedoras, parecia ter perdido mais gravidade, pairando gradualmente, subindo imponderavelmente no calor azul dourado dos dias, apenas serenidade, apenas leveza, sem qualquer esforço."
Pág 146
"A figura olhou para cima e para ela, com um simples e rápido levantar de cabeça, e agora mesmo saía da sua vista, não para se afastar, mas para vir até ela. Desaparecia, não, já tinha desaparecido sob a cornija por cima da porta do pallazzo, e dentro de instantes, daqui a poucos minutos, o nada acabaria, o vácuo terrível seria devassado por alguma coisa.
A srª Stone olhou para o céu que lhe deu a impressão de se ter subitamente detido. Riu-se de si para si, e segredou: Vejam! Parei a torrente!"
Imensamente bem escrito.

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