"Quem tropeça é sempre alguém que se distrai a olhar para as estrelas" Vladimir Nabokov (nome do blogue veio do livro para crianças de Virgínia de Castro e Almeida)
domingo, dezembro 31, 2017
quinta-feira, dezembro 28, 2017
Post 6495 - Desafio de Escrita 6/10 - O último texto
Ninguém sabe bem como
começou, de onde veio o vírus que transformou a humanidade, alterando o DNA.
Não causou mortes - algumas pessoas acusaram apenas uma pequena
febre - ou qualquer alarme que tivesse permitido que a tempo fossem tomadas
medidas para conter a infecção.
Duas semanas depois,
quando toda a população da Terra já tinha sido contagiada, revelou-se a
modificação.
Pouco a pouco, todos
ficaram incapazes de mentir.
No início parecia algo
benéfico.
Os poderosos, entre os
quais os políticos das nações, confessavam actos de corrupção e demitiam-se.
Revelavam-se
desnecessários os tribunais quando os criminosos e outros litigantes
reconheciam os crimes ou a falta de mérito das suas pretensões.
Mas havia outro lado.
Extremaram-se as
posições de governantes, Trump e Kim Jong-un declararam guerra, explodiram
bombas, causando milhares de mortes imediatas e posteriormente por radiação,
deixando vastas extensões dos seus territórios envenenadas. O seu mau exemplo
foi seguido por outros países, mas pior ainda, foram as disputas no seio das
famílias, a divisão de amigos inseparáveis. A população mundial foi diminuindo
com as guerras, radiações e descida da natalidade – os casais não conseguiam
manter-se juntos o tempo suficiente para desejarem um filho em comum, a
separação quezilenta levava mulheres que pudessem ter engravidado a decidir
abortar. As poucas crianças que nasciam eram confrontadas com verdades que
estraçalhavam qualquer ilusão. Cresciam os suicídios, a solidão e o desespero.
Conseguimos sobreviver, isolando-nos, e entregando a concepção e a criação de
algumas crianças a máquinas.
Entretanto descobriu-se
que as palavras são mentiras. Pronunciaram-se sons, ligando-os para designar
objectos, emoções ou sentimentos, inventaram-se sinais para representar palavras.
Uma convenção, não a realidade. Não podemos mentir. Não podemos mais falar, nem
escrever, ou transmitir conhecimentos. Não saberemos mais programar as
máquinas. Forcei-me a escrever este texto enquanto aceitava a verdade desta
ideia. Não mais…
quarta-feira, dezembro 27, 2017
Post 6494 Quarta-feira, 27.12.2017
Depois de resolvido pequenino problema com computador que me estava a impedir de trabalhar, já pude regressar ao trabalho, que bom...
segunda-feira, dezembro 25, 2017
domingo, dezembro 24, 2017
Post 6492
Como ainda não descobri como hibernar, passei por aqui um instante só para desejar a todos que possam passar por aqui:
UM BOM NATAL!
.
quinta-feira, dezembro 21, 2017
Post 6490 - Cinema na televisão - Tis The Season For Love
Tis The Season For Love
com Sarah Lancaster (Beth), Brendan Penny (Dean) e Garry Chalk (Santa)
Para saber mais sobre o filme ver aqui
Etiquetas:
Cinema na televisão
Post 6489 Desafio de Escrita 5/10
Querido neto
Estás a chegar quando tenho eu de
partir, e também por isso, a tua vinda é o milagre que irá dar à tua mãe uma
razão para viver.
Fiz a tua mãe prometer-me que te
irá dar esta carta quando completares dez anos.
Para outros aniversários deixei
guardadas outras prendas, um urso de peluche e um carrinho, e o relógio de ouro
que era do teu avô.
Deixo-te os meus livros preferidos,
desde os juvenis como a Heidi e o Sandokan, passando pelo Tolkien e O Monte dos
Ventos Uivantes até ao O amor em tempo de cólera.
Queria tanto poder ser para ti a
avó que eu tive. Uma avó com todo o tempo do mundo, paciência e chi-corações,
que te contasse histórias, te fizesse cafuné e companhia nas sestas, sempre
pronta a acolher-te em todos as idades e momentos,
Queria poder-te dar mais, queria
poder dar-te tudo.
Quando pensei em escrever-te esta
carta pensei que queria deixar-te bons conselhos, que não fossem só velhas
frases feitas.
Se pudesse viver de novo a minha
vida há muito que faria de outra maneira, mas não sei se diferentes escolhas
não fariam de mim uma pessoa distinta.
Se para ser mãe da tua mãe e tua
avó, tivesse de seguir o mesmo caminho, seria o que faria, sem hesitar.
Levo comigo algo que não se vê, nem
se pode medir, o amor e a recordação dos momentos que vivi com os meus pais,
avó, a tua mãe, outros familiares e amigos.
Quero que sejas livre para tomares
as tuas decisões, seguires o teu caminho e que nunca te falte amor.
Tua avó
Etiquetas:
Desafio Escrita,
Escrever,
Escrita
terça-feira, dezembro 19, 2017
segunda-feira, dezembro 18, 2017
Post 6487 ... Mistério
Porque entretanto misteriosamente foi vedado o acesso aos comentários ao post anterior (e não fiz nada para isso!), surgiu este post apenas para verificar se se mantinha a impossibilidade - para o anterior parece que sim, para este não...
domingo, dezembro 17, 2017
Post 6485 - Divulgação
Possibilidade de apoiarmos o livro que nasce de um blogue, do Delito de Opinião
http://www.bookbuilders.net/projectos/detalhe/57
Um dos blogues mais importantes da blogosfera nacional, Delito de Opinião é um marco da liberdade de expressão.*
|
http://www.bookbuilders.net/projectos/detalhe/57
Post 6484 - Domingo, 17.12.17 - Cinema na televisão The Christmas Note
The Christmas Note
Na Wikipédia
"The Christmas Note is a Christmas film originally broadcast on the Hallmark Channel in 2015. The film is based on the book of the same name by Donna VanLiere.
Post 6483 - Sábado 16.12.17 Cinema na televisão - Angel of Christmas
Anjo de Natal - Angel of Christmas 2015 de Ron Oliver, argumento de Gary Goldstein, com Jennifer Finnigan e Jonathan Scarfe
"A newspaper staffer is assigned her first big article: She must write about a hand-carved angel crafted by her own great-grandfather. As her research gets underway, she uncovers past romantic..."
Etiquetas:
Cinema,
Cinema na televisão
sábado, dezembro 16, 2017
Post 6481 Livros 2017 (150, 151 e 152) Lady Brianna de Jane Mackenna, The Handfasting de Glynnis Campbell e Prisioner of the Tower de Gayle Wilson)
Lady Brianna de Jane Mackenna
The Handfasting de Glynnis Campbell
Prisioner of the Tower de Gayle Wilson
Etiquetas:
Gayle Wilson,
Glynnis Campbell,
Jane Mackenna,
Livros 2017
Post 6480 Livros 2017 (149) Fica Junto De Mim de Henrique Manuel Pereira
No Site da Wook
"Uma visão de esperança e serenidade sobre a morte, quando somos confrontados com a partida dos nossos seres queridos.
"Sentimos a partida dos que nos morrem na medida em que os amámos. Dir-se-ia que precisamos deles para respirar, porque não se trata de um eu que chora e de um tu que morreu, mas de um nós, e por isso os sentimos mais próximos do que um abraço. Mas é diferente. Perdemos a possibilidade de os ouvir, de lhes dizer o tanto que devia ainda ser dito. E as lágrimas são-nos necessárias para que a dor nos não sufoque".
O autor, Henrique Manuel Pereira, é professor da Universidade Católica e autor de livros e programas de Rádio de grande êxito."
Um livro muito bonito pelas palavra, ideias e imagens
Etiquetas:
Henrique Manuel Pereira,
Livros 2017
Post 6479 Desafio de Escrita 4/10 Página de FB de FP
Página pessoal de
Fernando Pessoa, aliás Fernando António Nogueira Pessoa, nascido em Lisboa a 13
de Junho de 1988 e desaparecido a 30.11.1935.
O único e verdadeiro,
sem heterónimos, pseudónimos e personagens.
Amigo de Chevalier de
Pas, Dr. Pancrácio, David Merrick, Charles Robert Anon, Alexander Search,
Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Bernardo Soares.
E também de Frederico
Reis, António Mora, Claude Pasteur,Vicente Guedes, Gervasio Guedes, Charles
James Search, Jean-Méluret of Seoul, Rafael Baldaya, Barão de Teive, A.A.
Crosse, Thomas Crosse, I.I. Crosse, David Merrick, Lucas Merrick, Pêro Botelho,
Abílio Quaresma, Inspector Guedes, Uncle Pork, Frederick Wyatt, Maria José,
Efbeedee Pasha, Faustino Antunes/A. Moreira, Carlos Otto, Michael Otto,
Sebastian Knight, Horace James Faber, Navas, Pantaleão, Torquato Fonseca Mendes
da Cunha Rey, Joaquim Moura Costa, Sher Henay, Anthony Gomes, Professor
Trochee, António de Seabra, João Craveio, Tagus, Pipa Gomes, Ibis, Dr. Gaudencio
Turnips, Pip, Luís António Congo, Eduardo Lança, A. Francisco de Paula Angard,
José Rodrigues do Valle/Scicio, Dr. Caloiro, Adolph Moscow, Marvell Kisch,
Gabriel Keene, Sableton-Kay, Morris & Theodor, Diabo Azul, Parry, Gallião
Pequeno, Cecília, José Rasteiro, Hympha Negra, Diniz da Silva, Herr Prosit,
Henry More e Nuno Reis
Nesta página não se
aderiu ao acordo ortográfico (nem ao anterior antes deste, ou a anterior, antes
destes).
A frase “As pedras
que as pessoas colocam no meu caminho eu recolho todas e guardo, elas servirão
para eu construir um castelo, quanto maiores forem essas pedras mais forte será
esse castelo.” Não é da minha
autoria!!!
E,
se pudesse, atiraria todas essas pedras a quem teve primeiro a brilhante ideia
de me atribuí-la.
Após Ofélia, quero
conhecer alguém que possa ocupar o abismo que ela não chegou a preencher,
procuro o impossível…
segunda-feira, dezembro 11, 2017
Post 6477 - Porto, Dezembro 2017
Na Praça Velásquez duas senhoras de idade encontram um senhor também de idade e perguntam-lhe como é que ele anda. Depois riem-se os três da resposta: "com as pernas".
Post 6476 (enquanto tento escrever o texto para próximo desafio de escrita)
Presságio
O AMOR, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Fernando Pessoa
Todas as cartas de amor...
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
Álvaro de Campos
Quando Eu não te Tinha
Quando eu não te tinha
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo.
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo à Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e próxima ...
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor —
Tu não me tiraste a Natureza ...
Tu mudaste a Natureza ...
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo.
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo à Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e próxima ...
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor —
Tu não me tiraste a Natureza ...
Tu mudaste a Natureza ...
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.
Só me arrependo de outrora te não ter amado.
Alberto Caeiro
O Amor É uma Companhia
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Alberto Caeiro
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Alberto Caeiro
Não Sei se é Amor que Tens, ou Amor que Finges
Não sei se é amor que tens, ou amor que finges,
O que me dás. Dás-mo. Tanto me basta.
Já que o não sou por tempo,
Seja eu jovem por erro.
Pouco os deuses nos dão, e o pouco é falso.
Porém, se o dão, falso que seja, a dádiva
É verdadeira. Aceito,
Cerro olhos: é bastante.
Que mais quero?
Ricardo Reis
O que me dás. Dás-mo. Tanto me basta.
Já que o não sou por tempo,
Seja eu jovem por erro.
Pouco os deuses nos dão, e o pouco é falso.
Porém, se o dão, falso que seja, a dádiva
É verdadeira. Aceito,
Cerro olhos: é bastante.
Que mais quero?
Ricardo Reis
Post sem número - Apresentação do Livro Lugares e Palavras de Natal, volume VI no Café Progresso - Maria Eugénia Coelho Beltran Pepe Lopes
Chegámos um pouco atrasados, a apresentação é no segundo andar e de lá ouve-se um solo de saxofone, "can´t help falling in love with you" e logo depois "somewhere over the rainbow" (acho, na altura reconheci as músicas, agora já não tenho a certeza se seriam estas ou se estou a trocá-las).
Após a música, escutei alguns autores, e estava lá a mais nova de sempre, com dez anos idade, pude trazer os exemplares que tinha reservado e encontrei uma amiga de Serralves e da blogosfera - tem o blogue Mariana ou http://olamariana.blogspot.pt/
Já cá fora dois senhores comentam o letreiro que anuncia o agora renovado Café Progresso como o mais antigo do Porto, um deles diz que esteve naquele que era publicitado como o mais antigo de Londres, mas também não o era.
Noite
de Natal
Quando
tinha dez anos, no primeiro período, tive como trabalho para casa uma
composição sobre o Natal.
Queria
escrever uma redacção que fosse original e não sei se pedi ajuda à minha mãe ou
se apenas lhe falei nisso e ela ofereceu-se para me ajudar (a minha mãe, minha
e das minhas irmãs, é a melhor mãe do mundo).
Lembro
só em parte o que escrevi. Lembro-me que a minha professora de português gostou
do texto, e ficou com a ideia que eu sabia escrever, que pude confirmar depois
com outras composições em testes sem ajuda.
Este
Natal vai ser o primeiro sem a minha mãe e queria ser capaz de reconstruir esse
texto, o que vou tentar fazer, também porque em cada dia e especialmente nesta
época, seria bom sentirmos como presentes todos aqueles de quem gostamos.
Estávamos
na época do Natal.
Diminuíam
as horas com luz do sol, parecendo que os dias ficavam mais pequenos, mas a
noite era iluminada na cidade pelas luzes nas ruas e lojas.
A
alegria de muitos aquecia e afastava o frio que crescia enquanto se aproximava o Inverno.
Notava-se
uma pressa animada nas compras de prendas e nas viagens que juntavam famílias e
amigos na celebração.
Na
casa deles, havia uma árvore de Natal, comida e prendas.
Parecia
tudo igual a anos anteriores, mas sabiam que era diferente.
Seria
o primeiro Natal que passariam apenas os dois, pai e filho.
Sem
falarem sobre isso, esforçavam-se os dois por esconder a tristeza, porque não queriam
entristecer o outro, como se fosse possível esquecerem a falta que estava
sempre presente.
Mas
na noite de Natal, não foi mais possível fingir que estavam bem. Nenhuma prenda
foi capaz de alegrar o filho que a custo não chorava.
O
pai resolver então falar com ele.
Levou-o
até à janela.
Lá
fora estava uma noite linda que deixava ver as estrelas.
O
pai pediu-lhe para escolher a estrela mais brilhante.
Perguntou-lhe
depois se era capaz de a ver durante o dia.
O
filho respondeu-lhe, como já sabia, do alto dos seus oito anos, que não.
Durante o dia, vê-se o sol, não se vêem outras estrelas, mesmo aquela mais
brilhante.
Contou-lhe
então o pai que a mãe era como aquela estrela. Estava sempre ali, mesmo que ele
não a conseguisse ver, estaria olhando para ele, olhando por ele.
O
filho pôde refugiar-se no abraço do pai, lembrar e falar da mãe com ele.
Chorar
e dividir a tristeza fez com que não se sentissem sozinhos.
E
na casa deles foi também Natal.
domingo, dezembro 10, 2017
Post 6474 - Como "vai ser engraçado"?
Na Televisão:
"Tempestade Ana, aviso vermelho em oito distritos
Prevê-se que o período crítico da tempestade seja a noite e a próxima madrugada"
"Grande parte de nós não vamos sentir porque estaremos em casa ou mesmo a dormir e depois amanhã quando acordarmos vai ser engraçado porque vamos ter muito mais frio, as temperaturas mínimas, sobretudo nas regiões Norte e Centro vão descer na ordem dos 4 a 6 graus."
sexta-feira, dezembro 08, 2017
quinta-feira, dezembro 07, 2017
Post 6471 - Desafio de Escrita 3/10
Os Anjos têm olhos
azuis
Chegou o grande dia.
Caramba o tempo passou
mesmo a correr.
No dia anterior foi
para os copos com os amigos, e fora as piadas parvas, portaram-se todos nos
conformes, também pudera, o grupo incluía os dois irmãos dela.
Naquela manhã acordou
sozinho pelas dez horas (ela tinha ficado em casa dos pais), tomou duche,
vestiu o terno, engoliu o pequeno-almoço, consolou a mãe pelo telefone,
repetiu-lhe mais uma vez que não o ia perder, que ia continuar a passar lá por
casa ao Domingo, ou melhor, iam. Nada daquilo fazia sentido, afinal ele e a
Paula já viviam juntos há dois anos. Seria praticamente o mesmo. Pelo menos era
o que esperava e com o que estava a contar
Antes tinha tido
namoros mais ou menos sérios, mas com ela foi diferente desde o começo. Gostou dela
assim que a viu. Chamaram-lhe a atenção os seus olhos azuis e o ar doce,
angelical. Começaram a conversar, ela riu-se das piadas dele. Tudo a fluir
rápida e facilmente.
Tinham já saído várias
vezes, partilhado confidências e intimidades, quando ele lhe elogiou os olhos e
ela lhe contou o seu segredo. A cor dos olhos vinha das lentes de contacto.
Soube o quanto gostava dela porque não se importou.
A sua relação apenas estremeceu
um pouco quando começaram a viver juntos. Alguns dos hábitos dela, ou antes, as
exigências dela para que mudasse ele os seus hábitos, tinham levado a
discussões, mas no final conseguiam sempre fazer as pazes e rir-se do sucedido.
Só esperava que o
casamento não mudasse nada, um pouco arrependido de se ter declarado, mas só um
pouco. Afinal ia casar-se com o seu anjo de olhos azuis que na realidade eram
castanhos.
Etiquetas:
Desafio Escrita,
Escrever,
Escrita
Post 6470 Desafio de Escrita 2/10 Pai
Não
foi quando a mulher começou a adormecer no meio das conversas.
Nem
quando lhe deu a notícia, a boa notícia
Tinha
deixado a vida acontecer. Casou com a sua namorada da escola. Os mesmos amigos
e familiares que perguntavam antes quando era o casamento, passaram a perguntar
quando vinha um filho. Essa era a vontade da Emília. Estava feliz quando lhe
anunciou.
Acompanhou-a
nas consultas, viu o filme das ecografias, sombras a preto e branco, o bater de
outro coração mais apressado.
Enquanto
a barriga lhe crescia, respondeu-lhe que sim, que sentia os pontapés.
Esforçou-se
por ser solidário quando ela não encontrava posição na cama.
Quando
chegou o dia marcado, já sabiam que tinha de ser por cesariana. Estava
preocupado, mas foi tudo bastante rápido, sem complicações.
Enquanto
ela recuperava da anestesia, trouxeram o bebé, vermelho e enrugado.
Saíram
do Hospital com ele a segurar o cesto, enquanto a amparava até ao carro.
Também
ele passou então a adormecer no meio de conversas porque deixaram de conseguir
dormir mais que três ou quatro horas seguidas.
Mudou
fraldas, deu o biberão e o banho.
Quase
de um dia para o outro, começou notar as diferenças. Via como ele crescia.
Passou a segurar a cabeça, a sentar-se. Reconhecia-o. Sorria. Logo depois dos
primeiros passos, queria correr para vir ter com ele.
Deu
por si a acordar de manhã, a vir para casa no final do dia, e o primeiro que
queria ver, passou a ser ele.
Não
foi quando soube, não foi quando ele nasceu ou quando o trouxeram para a casa.
Mas,
sem se aperceber, descobriu-se pai.
Entretanto
tratou de o inscrever como sócio do seu clube futebol e de arranjar as t‑shirts
a condizer “father” e “son”. Brevemente, em dois ou três anos, passariam a ir juntos
à bola.
Etiquetas:
Desafio Escrita,
Escrever,
Escrita
segunda-feira, dezembro 04, 2017
sábado, novembro 25, 2017
Post 6468 Sábado, 25.11.17 - Apresentação de livro na Rua Costa Cabral e MarketPlace - Casual Style no Marquês, Porto
Apresentação do Livro Daqueles Além Marão de Manuel Amaro Mendonça
Na Casa Regional dos Transmontanos e Alto Durienses no Porto (estive só no início e não trouxe o livro, ficará quiçá para outra vez)
Na Casa Regional dos Transmontanos e Alto Durienses no Porto (estive só no início e não trouxe o livro, ficará quiçá para outra vez)
quinta-feira, novembro 23, 2017
Subscrever:
Mensagens (Atom)