segunda-feira, março 21, 2016

Post 5533 - Poesia à mesa em cidade local de trabalho


Poesia à Mesa

Fiama Hasse Pais Brandão - Cenas vivas, Lisboa
Resposta
Ontem nasci sem fim, e alimentei-me
nesta mesa que em duas se reparte.
Uma aba no mar, vagane à toa,
trouxe os sabores de ondas, de orlas

Edmundo Bettencourt - Poemas surdos, Assírio & Alvim

Asas
Depois houve, ferias, duas bocas beijadas
que sangravam imenso na cozinha
onde ela calma e virtuosa ia mexendo a sopa!

E tudo após ter-se partido
uma enorme porção de loiça
mas como se não tivesse havido nada!

Angélica Freitas, Rilke Shake, São Paulo, Cosak Naif
Dentadura perfeita, ouve-me bem:
não chegarás a lugar algum
são tomates e cebolas que nos sustentam
e ervilhas e cenouras, dentadura perfeita
ah, sim, shakespere é muito bom,
mas e beterrabas, chicória e agrião?

José Fanha - Tempo azul
Naquela Praça
Hei-de encontrar-te um dia
ao alto da cidade
partilhado pão
azeitonas
e poema

Nuno Moura - Drunk-Wlaker
Deslocalização 
vai macieira
vai love
vai douro
vai leça da palmeira
drink on
bebe o redondo mon monke
je te adore mine pite
spain free


Daniel Maia-Pinto Rodrigues - O Valete do Sétimo Naipe
Despedida
Ao sair do quarto
atravesso o branco sujo da manhã
e vou tomar café com muito açúcar.
Levo um pastel de Tentúgal para a varanda
e mastigo-o ouvindo as harpas da cidade



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